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    Veja tweet de Trump que teria “chamado” a invasão ao Capitólio, segundo comitê

    O comitê da Câmara dos Estados Unidos que investiga a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 associa o início da mobilização de grupos apoiadores de Trump a um tweet publicado pelo ex-presidente em 19 de dezembro de 2020

    Fernanda Pinottida CNN , em São Paulo

    Desde julho de 2021, um comitê da Câmara dos Estados Unidos investiga a invasão do Capitólio, em Washington, que aconteceu há dois anos, em 6 de janeiro de 2021.

    Uma das conclusões apontadas pelos parlamentares durante a investigação associa a mobilização de apoiadores do ex-presidente Donald Trump e grupos extremistas a um tweet feito pelo ex-presidente em 19 de dezembro de 2020.

    “Estatisticamente impossível ter perdido as Eleições de 2020. Grande protesto em [Washington] DC em 6 de janeiro. Esteja lá, será selvagem!”, disse o ex-presidente na publicação.

    https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1340185773220515840?s=20&t=Le0haOQ7SlW7yXdz7cnJ7A

    Uma das participantes do comitê, a deputada Stephanie Murphy chamou o tweet de “um chamado para a ação e, em alguns casos, um chamado para as armas para vários dos apoiadores mais leais do ex-presidente Trump”.

    De acordo com documentos judiciais relacionados a diversos casos associados ao ato, vários manifestantes que participaram da invasão do Congresso americano no dia em que os parlamentares se reuniram para certificar a vitória de Joe Biden nas urnas se sentiram motivados pelo tweet a ir até o local.

    Dois dias após a invasão no Capitólio, o Twitter suspendeu permanentemente a conta de Donald Trump. De acordo com a rede social, a suspensão foi motivada “pelo risco de mais incitação à violência”.

    A reunião que precedeu o tweet

    O post feito por Trump, à 1h42 da manhã do dia 19 de dezembro (no horário local), foi publicado após uma reunião que durou mais de cinco horas entre Trump e parte de seus aliados e funcionários.

    De acordo com o depoimento de pessoas que estavam presentes, a reunião teve ânimos acalorados e gritos em alguns momentos. Pessoas próximas a Trump sugeriram medidas mais drásticas para que ele continuasse no poder e reforçaram a alegação de fraude nas eleições presidenciais, enquanto alguns assessores do ex-presidente rejeitavam essa possibilidade.

    Para o deputado democrata Jamie Raskin, parte do comitê, o propósito de Trump era “mobilizar uma multidão”. Para isso, “logo após os últimos participantes deixarem a reunião desequilibrada, Trump enviou o tweet com seu convite explosivo”.

    Organização de grupos extremistas

    O ex-chefe da Segurança Interna de Washington, Donell Harvin, também apontou que o tweet marca o início de uma organização entre grupos consolidados da direita e extrema-direita.

    Ao definir uma data e um local, grupos separados puderam “se alinhar”, de acordo com Harvin.

    “Quando você tem uma milícia armada colaborando com grupos de supremacia branca, colaborando com grupos de teoria da conspiração online, todos com um objetivo comum, você começa a ver o que chamamos no ramo de terrorismo de ideologia combinada”, explicou.

    O comitê buscou detalhar, durante seu tempo de atuação, como ocorreu a mobilização dos manifestantes e a invasão do Capitólio dois anos atrás. Além de relacionar o episódio ao discurso e à postura de Trump, que não aceitou o resultado das urnas e alegou fraude nas eleições.

    Com a troca no Congresso nesta primeira semana de janeiro, o comitê encerra seu trabalho, mas o relatório final produzido pelos parlamentares seguirá disponível para o público.

    Trump anunciou, em novembro do ano passado, que disputará a Presidência dos Estados Unidos nas eleições de 2024.

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