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    Veja o que se sabe sobre o programa de mísseis balísticos intercontinentais da Coreia do Norte

    Pyongyang testou um míssel nesta quarta-feira (12) que voou por cerca de 1.000 km e permaneceu no ar por 74 minutos, segundo o Japão

    Brad LendonJessie Yeungda CNN

    A Coreia do Norte disparou um míssil balístico intercontinental nesta quarta-feira (12), apenas alguns dias após Pyongyang ameaçar abater aviões militares de reconhecimento dos Estados Unidos que sobrevoavam águas próximas ao país.

    O lançamento vem na sequência de vários outros testes recentes dos mísseis balísticos intercontinentais da Coreia do Norte, que alarmaram observadores e especialistas internacionais, à medida que a nação autoritária isolada aumenta seus esforços para desenvolver armas potencialmente capazes de atingir as principais cidades dos EUA.

    Pyongyang testou o Hwasong-17 em março, e o mais poderoso Hwasong-18 em abril — que o líder Kim Jong Un disse na época que forneceria ao país um “poderoso meio de ataque estratégico” e aumentaria suas capacidades nucleares.

    Ainda não está claro qual tipo de míssil foi testado nesta quarta-feira. O míssel voou cerca de 1.000 km, permanecendo no ar por 74 minutos, segundo o Ministério da Defesa do Japão — um leve avanço em relação aos mísseis balísticos testados no início deste ano.

    Aqui está o que sabemos sobre os mísseis balísticas intercontinentais no arsenal da Coreia do Norte.

    Mísseis de combustível líquido vs. sólido

    O Hwasong-17 é um míssel de combustível líquido lançado em 2022, quando a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste de míssil de longo alcance em mais de quatro anos. A tecnologia de combustível líquido é comparativamente mais fácil de dominar.

    O Hwasong-18, por sua vez, é um míssil de combustível sólido, de acordo com Pyongyang — o que o torna muito mais avançado e permitiria à Coreia do Norte lançar ataques nucleares de longo alcance mais rapidamente.

    Os mísseis de combustível sólido são mais estáveis ​​e podem ser movidos com mais facilidade para evitar a detecção antes de um lançamento que pode ser iniciado em questão de minutos, dizem os especialistas. Mísseis de combustível líquido podem precisar de horas de preparação antes do lançamento, dando tempo para os adversários detectarem e neutralizarem a arma.

    O avanço da Coreia do Norte do Hwasong-17, no ano passado, para o Hwasong-18, este ano, sugere que seu programa de mísseis está progredindo, dizem os especialistas. Isso reflete o objetivo de Kim de igualar as capacidades militares de outras nações, como os Estados Unidos e países europeus.

    Ele pode carregar uma ogiva nuclear?

    Os mísseis poderiam, pelo menos teoricamente, colocar todo o território norte-americano ao alcance de uma ogiva nuclear norte-coreana — mas há muitas incógnitas sobre sua capacidade de lançar uma carga nuclear no alvo.

    Testes anteriores mostraram o possível alcance dos mísseis da Coreia do Norte — os testes em março e abril percorreram cerca de 1.000 km. E, no teste do ano passado, o Hwasong-17 voou 1.090 km, durando 68 minutos antes de pousar no mar.

    O tempo de voo de 74 minutos do último míssil é apenas alguns minutos maior do que os testados em março e abril.

    Não está claro que tipo de carga estava envolvida nesses testes. O peso da carga afeta a distância que um míssil pode voar. Portanto, sem essa informação, os observadores não podem saber com certeza o alcance real do míssil.

    Outra questão é se uma ogiva nuclear norte-coreana poderia sobreviver ao retorno à atmosfera da Terra.

    Os mísseis balísticos intercontinental são disparados para o espaço, onde eles aceleram fora da atmosfera da Terra antes que suas cargas passem por um processo de reentrada de fogo — muito parecido com um ônibus espacial ou cápsula espacial — antes de mergulhar em seus alvos.

    Se o processo de reentrada na atmosfera não for executado com extrema precisão e com materiais que aguentem o imenso calor gerado, a ogiva queimará antes de atingir seu alvo. O ângulo em que a ogiva reentra na atmosfera pode dificultar o processo.

    O que vem a seguir no programa de mísseis da Coreia do Norte?

    Kim traçou um plano ambicioso para dar à Coreia do Norte um arsenal nuclear poderoso o suficiente para impedir qualquer adversário, principalmente os EUA, de atacar seu país.

    Especialistas disseram que o líder estabeleceu uma longa lista de modernizações de armas nos últimos anos nas quais está trabalhando agora — sendo os mísseis apenas um desses itens. Outros objetivos podem incluir o lançamento de um satélite militar ou a colocação de um submarino movido a energia nuclear no mar.

    Anteriormente, a Coreia do Norte anunciou planos para aumentar a precisão de seus mísseis e aumentar o alcance a até 15.000 km.

    Essas ambições ficaram claras no ano passado, quando Kim aumentou drasticamente a frequência e a intensidade dos testes de armas, que diminuíram um pouco este ano, mas permanecem em níveis muito mais altos do que nos anos anteriores.

    O país disparou mais mísseis em 2022 do que em qualquer outro ano já registrado — chegando a lançar 23 mísseis em um único dia.

    Esses testes também redirecionaram a atenção para os objetivos nucleares da Coreia do Norte, com Kim prometendo desenvolver suas forças nucleares na velocidade “mais alta possível” no ano passado. Os EUA e observadores internacionais começaram a alertar no ano passado que um teste nuclear subterrâneo poderia ser iminente, depois que imagens de satélite mostraram uma nova atividade a região de testes nucleares da Coreia do Norte. Tal teste seria o primeiro do país desde 2017.

    Como os EUA e seus aliados reagiram?

    O teste desta quarta-feira foi condenado pelos países vizinhos.

    O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, atualmente na cúpula da OTAN na Lituânia, disse que pediria “forte solidariedade internacional” entre os membros do bloco em resposta ao lançamento. Na manhã de quarta-feira, ele presidiu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional da Lituânia.

    Autoridades dos EUA e da Coreia do Sul se reuniram logo após o teste para compartilhar informações, segundo o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul — grupo composto pelos chefes das forças armadas do país. As duas nações estão analisando o lançamento.

    O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse, durante a cúpula da OTAN, que o lançamento do míssil era “inaceitável” e uma ameaça à estabilidade regional e à comunidade internacional.

    O secretário-chefe do gabinete japonês apresentou um protesto contra a Coreia do Norte por meio dos canais da embaixada em Pequim.

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