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    Veja as diferenças entre os arsenais bélicos da Coreia do Norte e Coreia do Sul

    Península coreana abriga grande quantidade de material bélico em países divididos por fronteira militarizada

    Germán Padingerda CNN

    Em menos de três horas, o céu sobre a península coreana e suas águas contíguas foram perfurados por três mísseis balísticos.

    A Coreia do Norte disparou primeiro: dois mísseis balísticos não identificados caíram – no meio de um teste – nas águas a leste da península às 12h38 e 12h43 no horário local (23h38 e 23h43 ET) na quarta-feira (15), de acordo com a Guarda Costeira Japonesa.

    Então foi a vez da Coreia do Sul, que pouco menos de três horas após o primeiro teste de armas de seu vizinho testou um míssil balístico que atingiu o alvo “com precisão”, disse o Ministério da Defesa sul-coreano.

    Nesse caso havia uma novidade: era um novo míssil balístico (SLBM) lançado de um submarino submerso, o Dosan Ahn Changho. A Coreia do Sul não dominou essa tecnologia até agora.

    Em meio a esses testes de crossover, quais arsenais têm a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, países que se enfrentam há décadas e compartilham uma península cercada pela China, Rússia e Japão?

    Tensões renovadas, história latente

    Este recente teste de troca de armas renovou as tensões na península coreana, que parece não ter tido tréguas desde a guerra de 1950-1953 que levaria à sua divisão.

    Naquela época, a República da Coreia (Coreia do Sul), apoiada por uma coalizão da ONU liderada pelos Estados Unidos, entrou em confronto com a República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte), auxiliada pela China e com o apoio da União Soviética.

    A guerra terminou com um armistício assinado entre a Coreia do Norte, China e a ONU – a Coreia do Sul se recusou a assinar – que permanece até hoje.

    E na fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em torno do paralelo 38, funciona a chamada Zona Desmilitarizada (DMZ), patrulhada pelos dois países.

    Armas nucleares da Coreia do Norte

    Tensões e ameaças ocasionais continuaram durante a Guerra Fria, mas a situação atingiu um nível impensável quando a Coreia do Norte conduziu seu primeiro teste nuclear em 2006, tornando-se o último país do mundo a confiscar um arsenal atômico.

    Desde então, realizou um total de seis testes nucleares, de acordo com a Nuclear Threat Initiative (NTI), o último em 2017.

    De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), acredita-se que o país tenha entre 40 e 50 ogivas nucleares.

    A Coreia do Sul, por outro lado, não possui armas nucleares. Embora tenha o apoio militar dos Estados Unidos, que mantém bases no país.

    Estoque de mísseis balísticos

    Pyongyang também acelerou o desenvolvimento de mísseis balísticos de curto, médio e intermediário alcance, bem como de alcance intercontinental (ICBM) e mísseis balísticos lançados por submarino. Esses mísseis, especialmente ICBMs, podem transportar ogivas explosivas convencionais e ogivas nucleares.

    Segundo dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), a Coreia do Norte possui atualmente 14 modelos de mísseis balísticos operacionais – incluindo o Hwasong-14, com alcance estimado em 10.400 quilômetros – e outros sete em desenvolvimento.

    Como consequência desses desenvolvimentos em armas com capacidade nuclear e do avanço de seu programa atômico – proibido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que a Coreia do Norte deixou em 2003, entre outros acordos – a ONU impôs inúmeras sanções à Coreia do Norte – a última em 2017 – assim como Estados Unidos.

    A Coreia do Norte rejeitou essas sanções e acusou os Estados Unidos de aumentar as tensões.

    “A posse de armas nucleares e ICBMs é uma opção legítima de autodefesa em face da ameaça nuclear clara e real representada pelos Estados Unidos”, disse o ministro das Relações Exteriores, Ri Yong Ho, em 2017.

    A Coreia do Sul, por outro lado, mantém 9 modelos de mísseis balísticos operacionais – incluindo uma nova versão do míssil Hyunmoo-2B, lançado de um submarino esta semana – e outros dois em desenvolvimento, de acordo com o CSIS.

    De soldados, tanques e submarinos

    Quanto às forças convencionais, tanto a Coreia do Norte quanto a do Sul mantêm grandes exércitos, de acordo com a pesquisa Global Firepower.

    No caso da Coreia do Norte, pode implantar 1,3 milhão de soldados, quase 1.000 aeronaves (incluindo aeronaves de ataque, bombardeiros, transportes e caças), mais de 6.000 tanques e 36 submarinos.

    Já a Coreia do Sul mantém cerca de 600 mil soldados, 1.500 aeronaves (incluindo aeronaves de ataque, bombardeiros, transportadores e caças), 2.000 tanques e 22 submarinos, entre outras armas.

    (Texto traduzido. Leia aqui o original em inglês.)