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    Veículo de mídia pró-democracia de Hong Kong fecha as portas após batida policial

    Durante operação de busca na redação, a polícia prendeu funcionários do Stand News por publicarem notícias que "incitavam ódio contra as autoridades"

    Ronson Chan, editor interino do Stand News, acena para jornalistas após deixar a redação do veículo depois que funcionários foram presos
    Ronson Chan, editor interino do Stand News, acena para jornalistas após deixar a redação do veículo depois que funcionários foram presos 29/12/2021REUTERS/Tyrone Siu

    Por Edmond Ng e James Pomfret, da Reuters

    O Stand News, um veículo de mídia pró-democracia de Hong Kong, fechou as portas nesta quarta-feira depois que a polícia fez uma operação de busca em sua redação, congelou os bens dos proprietários e prendeu funcionários pela suspeita de crimes de “publicação sediciosa”, na ação repressiva mais recente contra a mídia local.

    Criado em 2014 como uma entidade sem fins lucrativos, o Stand News era a publicação pró-democracia sobrevivente mais destacada de Hong Kong desde que uma investigação de segurança nacional deste ano levou ao fechamento do tabloide Apple Daily, do magnata Jimmy Lai, que está preso.

    A operação aumentou as preocupações a respeito da liberdade de imprensa na antiga colônia britânica, que voltou ao controle chinês em 1997 com a promessa de que uma gama ampla de direitos individuais seria protegida, disseram grupos de defesa da mídia.

    “Agora o Stand News está encerrando as operações”, informou a publicação no Facebook, acrescentando que todos os empregados foram dispensados.

    Steve Li, chefe do departamento de segurança nacional da polícia, disse aos repórteres que o Stand News publicava notícias e comentários que incitavam ódio contra as autoridades.

    Segundo ele, alguns dos artigos disseram que manifestantes desapareceram durante os protestos pró-democracia de 2019 na cidade ou que foram assediados sexualmente, o que ele classificou como “factualmente infundado” e “mal-intencionado”.

    Li também disse que alguns artigos alegaram falsamente que o Partido Comunista estende seus poderes aos tribunais independentes da cidade ou pediram sanções estrangeiras.

    Apesar das acusações, o chefe de segurança nacional não especificou as reportagens. A Reuters não verificou de maneira independente nenhuma reportagem do Stand News.

    Li disse que a polícia congelou bens equivalentes a 7,82 milhões de dólares, assim como computadores, telefones e materiais jornalísticos, e que não descarta prisões adicionais.

    “Não estamos visando repórteres. Estamos visando crimes de segurança nacional”, afirmou.

    A polícia disse que 200 agentes revistaram a redação do Stand News e que três homens e quatro mulheres, cujas idades variam de 34 a 73 anos, foram presos pela suspeita de “conspiração para publicar publicações sediciosas”.

    A corporação não os identificou, mas a mídia disse que quatro membros do conselho da Stand News foram presos, a ex-parlamentar democrata Margaret Ng, a cantora pop Denise Ho, Chow Tat-chi e Christine Fang, além do ex-editor-chefe Chung Pui-kuen e o editor interino Patrick Lam.

     

     

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