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    Vaticano elogia e políticos reagem, veja repercussão da decisão sobre aborto nos EUA

    Diversas figuras públicas, como Barack Obama e Mike Pence, comentaram o anúncio desta sexta-feira (24)

    Da Reuters

    A Academia para a Vida do Vaticano elogiou nesta sexta-feira (24) a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre o aborto, dizendo que ela “desafia o mundo inteiro” em questões da vida.

    O departamento do Vaticano também disse em comunicado que a defesa da vida humana não pode se limitar aos direitos individuais, porque a vida é uma questão de “amplo significado social”.

    Figuras públicas de todo o espectro político também reagiram à decisão que anulou a histórica medida de Roe v. Wade de 1973 que reconhecia o direito constitucional da mulher ao aborto e o legalizava em todo o país.

    “Hoje, a Suprema Corte não apenas reverteu quase 50 anos de precedente, mas relegou a decisão mais intensamente pessoal que alguém pode tomar aos caprichos de políticos e ideólogos – atacar as liberdades essenciais de milhões de americanos”, declarou o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

    Em uma publicação no Instagram, a ex-primeira-dama Michelle Obama também criticou a decisão. “Estou com o coração partido hoje. Estou com o coração partido pelas pessoas em todo o país que acabaram de perder o direito fundamental de tomar decisões informadas sobre seus próprios corpos”, afirmou.

    O líder do Senado republicano Mitch Mcconnell, por outro lado, comemorou. “Esta é uma vitória histórica para a Constituição e para os mais vulneráveis ​​da nossa sociedade.” [A decisão é] “corajosa e correta”, avaliou.

    Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA e ex-primeira-dama, manifestou-se contrária ao anúncio de hoje.

    “A maioria dos americanos acredita que a decisão de ter um filho é uma das decisões mais sagradas que existem, e que tais decisões devem permanecer entre pacientes e seus médicos A decisão de hoje do Supremo Tribunal viverá na infâmia como um retrocesso para os direitos das mulheres e os direitos humanos”, publicou Clinton no Instagram.

    O ex-vice-presidente Mike Pence defendeu a medida. “Hoje, a vida ganhou. Ao derrubar Roe v. Wade, a Suprema Corte dos Estados Unidos deu ao povo americano um novo começo para a vida, e eu elogio os juízes da maioria por terem a coragem de suas convicções”, declarou.

    Já a avaliação de um porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, é de que restringir o acesso ao aborto não impede que as pessoas busquem o procedimento, “só o torna mais mortal”, disse.

    “A saúde e os direitos sexuais e reprodutivos são a base de uma vida de escolha, empoderamento e igualdade para mulheres e meninas do mundo”, disse o porta-voz Stephane Dujarric a repórteres. “Restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar o aborto, apenas o torna mais mortal.”

    A procuradora-geral do Arkansas, Leslie Rutledge, comemorou a decisão da Suprema Corte, afirmando que o estado está preparado para proibir imediatamente o aborto.

    “Nenhum de nós pensou que hoje chegaria em nossas vidas. Roe estava errado naquele dia e tem estado errado todos os dias desde então”, disse ela.

    Rutledge disse que a medida estabelece as leis antiaborto do Arkansas e permite que o estado proíba abortos – exceto para casos de salvar a vida de uma mãe em uma emergência médica.

    Linda Coffee, que foi a principal advogada de Norma McCorvey – conhecida em documentos judiciais como Jane Roe – no caso de 1973 Roe v. Wade , disse que a decisão desta sexta-feira “voa contra a liberdade americana”.

    “É uma resposta puramente política impulsionada por uma minoria de americanos e não representa a maioria dos americanos. Mas, mais do que isso, a decisão destrói a dignidade de todas as mulheres americanas, e até mesmo de menores. A dignidade é uma experiência humana; o Supremo dos EUA Tribunal destruiu a dignidade humana com sua decisão política impensada. É um dia triste para os americanos”, disse Coffee.

     

    *Com informações de Philip Pullella, Chris Gallagher e Amy Pollock, da Reuters e Jamiel Lynch, da CNN

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