USAID: EUA revertem cortes em programas de combate a malária e tuberculose
Trump ordenou uma pausa de 90 dias em toda a ajuda externa dos EUA em seu primeiro dia no cargo


Alguns projetos de saúde que tiveram seus contratos de financiamento com os Estados Unidos abruptamente rescindidos na semana passada receberam cartas revertendo essa decisão, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com os projetos e um dos grupos.
Os beneficiários da ajuda afirmaram que as decisões foram promissoras, mas seu trabalho continua no limbo, pois o financiamento para seus projetos por parte do maior doador do mundo ainda não foi reiniciado.
Na quinta-feira (27) da semana passada, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou cerca de 90% dos contratos financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, causando um choque em toda a comunidade de ajuda global.
Michael Adekunle Charles, diretor executivo da Parceria RBM Para Acabar com a Malária, disse que a carta para sua organização revertendo a decisão chegou na quarta-feira (5).
“Acho que é uma boa notícia. Precisamos aguardar os próximos dias para receber orientações adicionais”, disse ele. “Nossa prioridade é salvar vidas, portanto, quanto mais cedo pudermos começar a continuar salvando vidas, melhor.”
No entanto, Charles disse que isso seria difícil a menos que o financiamento começasse a fluir novamente. Alguns contratantes de ajuda externa e beneficiários de subsídios dos EUA levarão sua luta ao juizado federal, nesta quinta-feira (6), para que os pagamentos sejam restabelecidos nos EUA.
O Departamento de Estado dos EUA não estava imediatamente disponível para comentar.
Outros programas hospedados pela ONU e parcialmente financiados pelos EUA, incluindo a Parceria Pare a Tuberculose, também tiveram os avisos de rescisão revertidos esta semana, disseram duas fontes próximas aos grupos à Reuters.
Trump ordenou uma pausa de 90 dias em toda a ajuda externa dos EUA em seu primeiro dia no cargo. Essa ação e as ordens de interrupção de trabalho que se seguiram, suspendendo as operações da USAID em todo o mundo, prejudicaram a entrega de alimentos e ajuda médica que salvam vidas, lançando os esforços globais de ajuda humanitária no caos. O governo dos EUA também colocou a maior parte da equipe da USAID em licença e eliminou 1,6 mil empregos.