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    União Europeia assina acordo histórico sobre imigração

    Após 12 horas de negociações, 27 líderes destravaram negociações que se arrastavam por quase uma década; países terão de pagar 20 mil euros por cada pessoa que não quiserem abrigar em seu terrritório

    Gabriela Baczynskada Reuters

    Bruxelas

    Ministros da União Europeia chegaram a um consenso nesta quinta-feira (8) sobre como compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de imigrantes e refugiados, após 12 horas de negociações que levaram Itália e Grécia a assinarem o acordo que vinha escapando do bloco há quase uma década.

    Ministros de assuntos domésticos do bloco de 27 membros selaram o acordo, na expectativa de encerrar anos de divisão, desde 2015, quando mais de um milhão de pessoas — a maioria fugindo da guerra na Síria — chegaram à União Europeia pelo Mediterrâneo.

    Nancy Faeser, da Alemanha, comemorou o acordo como “histórico”. A principal autoridade de imigração do bloco disse que ele representa uma situação em que todos os estados-membros da UE ganham.

    “Isso é ótimo, um grande feito, mostrando que é possível trabalhar juntos em imigração. Somos tão mais fortes quando trabalhamos juntos”, disse a comissária de assuntos internos, Ylva Johansson.

    O acordo

    Nesta quinta-feira (8), Itália e Grécia exigiram mudanças de última hora no acordo proposto, pressionando por um corte no número de pessoas que cada país aceitaria e regras mais flexíveis para enviar pessoas de volta a países fora da União Europeia.

    Sob o acordo que acabou sendo fechado e deve ser finalizado antes das eleições da UE em 2024, cada país seria responsável por um determinado número de pessoas, mas não necessariamente teria que acolhê-las.

    Os países que não estivessem dispostos a receber migrantes irregulares e refugiados que chegassem à região poderiam ajudar os seus pares de acolhimento por meio do pagamento de 20 mil euros por pessoa.

    O acordo introduziria um novo procedimento de fronteira acelerado para aqueles considerados improváveis de obter asilo, para evitar que permaneçam dentro do bloco por anos.

    A Polônia e a Hungria – entre as vozes mais altas da UE contra a aceitação de imigrantes marítimos – se opuseram ao acordo, dizendo que os líderes nacionais do bloco deveriam voltar ao assunto quando se reunirem no final de junho. Isso, no entanto, não prejudicou o acordo majoritário.

    Críticos liberais do acordo disseram que o procedimento rápido de fronteira arrisca reviver cenas trágicas que aconteceram nas ilhas gregas há vários anos, criando campos de migração ainda mais superlotados e inadequados na periferia da UE.

    A recepção a imigrantes tornou-se um assunto cada vez mais controverso desde 2015.

    Incapaz de concordar sobre como compartilhar a responsabilidade, países da UE no geral focaram em diminuir a quantidade de chegadas, com dados da ONU mostrando que menos de 160 mil pessoas cruzaram o mar no último ano para o bloco com 500 milhões de pessoas.

    Quase 2.500 pessoas morreram ou estão desaparecidas em travessias perigosas no mesmo período.