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    Uma das peças mais icônicas da história da exploração espacial vai a leilão

    Cópia da gravação principal da sonda Voyager que era mantida pelo astrônomo Carl Sagan e a esposa pode ser vendida por quase R$ 3 milhões

    As gravações do Voyager Golden Record ainda em suas caixas originais
    As gravações do Voyager Golden Record ainda em suas caixas originais Cortesia Sotheby's

    Ashley Stricklandda CNN

    Uma das peças mais icônicas da história da exploração espacial vai a leilão: uma cópia da gravação principal do Voyager Golden Record, da Nasa, que era mantida pelo astrônomo Carl Sagan e a esposa, a produtora Ann Druyan.

    Quando as sondas gêmeas Voyager, da Nasa, decolaram para explorar o sistema solar em 1977, elas carregavam registros dourados idênticos projetados como a primeira mensagem interestelar da humanidade para uma possível vida inteligente no cosmos.

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    Os registros tinham áudio e imagens que visavam capturar a diversidade de vida e cultura da Terra, incluindo saudações em 59 idiomas e 115 imagens da vida.

    A cópia estará à venda na casa de leilões Sotheby’s de Nova York nesta quinta-feira (27).

    As gravações, contidas em dois rolos de fita de áudio de dupla face, devem ser vendidas por um valor entre US$ 400 mil (R$ 1,8 milhão) e US$ 600 mil (R$ 2,8 milhões). A qualidade de áudio de ambas as fitas é “excelente”, de acordo com a casa de leilões.

    Elas ainda estão em nas caixas originais do Columbia Recording Studios, marcadas por etiquetas manuscritas. Um rolo inclui música, canções de baleias jubarte, flas de representantes das Nações Unidas, saudações e outros sons de todo o mundo.

    Ambas as sondas Voyager carregam uma cópia do Golden Record. A capa protetora do disco, com instruções para a reprodução de seu conteúdo, é mostrada à esquerda
    Ambas as sondas Voyager carregam uma cópia do Golden Record. A capa protetora do disco, com instruções para a reprodução de seu conteúdo, é mostrada à esquerda / Nasa/JPL-Caltech

    A segunda fita apresenta diferentes estilos de música, incluindo “Johnny B. Goode”, de Chuck Berry, percussão senegalesa, uma canção de casamento peruana, um canto noturno navajo e uma raga vocal indiana, de acordo com a Sotheby’s.

    Sagan e Frank Drake, ambos professores de astronomia na Cornell University na época, foram abordados por funcionários da Nasa para criar o registro único como uma continuação de seu trabalho na placa a bordo do Pioneer 10.

    A colaboradora da Pioneer Linda Salzman também se juntou ao comitê, juntamente com Druyan como diretor criativo. A equipe teve seis meses para capturar os sons e visuais da Terra.

    Druyan compilou um ensaio sonoro da história da Terra, entrelaçando nele gravações de uma floresta tropical cheia de vida, as primeiras palavras de uma mãe para seu bebê e as ondas cerebrais e sons do coração de uma jovem apaixonada.

    Além disso, o registro incluiu sons que forneceram contexto para a vizinhança celestial ao redor do nosso planeta, como um pulsar distante e uma estrela de nêutrons em rápida rotação.

    Oito cópias do disco foram produzidas, feitas de cobre e banhadas a ouro, incluindo as duas que voaram para o espaço. Cada capa de disco foi gravada com símbolos representando como localizar o sol e instruções sobre como tocar o disco.

    Os registros, agora viajando além do nosso sistema solar através do espaço interestelar, foram projetados para durar entre 1 bilhão e 5 bilhões de anos.

    Uma inscrição esculpida à mão nos registros diz: “Para os criadores da música — todos os mundos, todos os tempos”, servindo como o único exemplo de caligrafia humana em cada missão Voyager.

    Uma jornada inesperada pelo espaço

    Quando as sondas Voyager foram lançadas, ninguém esperava que as espaçonaves gêmeas tivessem suas missões estendidas de quatro anos para 45 anos — e contando.

    Agora, a equipe da missão está sendo criativa com suas estratégias para o fornecimento de energia e instrumentos nas Voyager 1 e 2 para permitir que ambas as sondas continuem coletando dados valiosos enquanto exploram o território interestelar inexplorado.

    A Voyager 1 é atualmente a espaçonave mais distante da Terra, a cerca de 24 bilhões de quilômetros, enquanto a Voyager 2 viajou mais de 20 bilhões de quilômetros da Terra, disse Suzanne Dodd, gerente de projeto da Voyager Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, Califórnia.

    Engenheiros protegendo a cobertura do Voyager 1 Golden Record em 1977.
    Engenheiros protegendo a cobertura do Voyager 1 Golden Record em 1977. / NASA/JPL-Caltech

    Ambas estão no espaço interestelar e são a única espaçonave a operar além da heliosfera, a bolha de campos magnéticos e partículas do sol que se estende muito além da órbita de Plutão.

    Como as únicas extensões da humanidade fora da bolha protetora da heliosfera, as duas sondas estão sozinhas em suas jornadas cósmicas, enquanto viajam em direções diferentes.

    Se imaginarmos os planetas do sistema solar como existindo em um plano, a trajetória da Voyager 1 a levou para cima e para fora do plano dos planetas depois de passar por Saturno.

    Já a Voyager 2 passou por cima de Netuno e desceu e saiu do plano dos planetas, explicou Dodd.

    As informações coletadas por essas sondas estão ajudando os cientistas a aprender sobre a forma de cometa da heliosfera e como ela protege a Terra de partículas energizadas e radiação no espaço interestelar.

    Mas foi preciso muito cuidado e monitoramento para manter as “idosas” operando, disse Dodd.

    “Eu meio que as descrevo como irmãs gêmeas. Uma perdeu a audição e precisa de aparelhos auditivos, e outra perdeu parte do tato. Então, elas falharam de forma diferente ao longo do tempo. Mas, de um modo geral, são muito saudáveis para a idade que têm”, Dodd pontuou anteriormente à CNN.

    Enquanto as Voyager 1 e 2 permanecerem saudáveis, é provável que as sondas envelhecidas continuem suas missões nos próximos anos.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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