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    Ucrânia não conseguiu impedir ataque russo após mísseis acabarem, diz Zelensky

    Ofensiva destruiu maior central elétrica da região de Kiev; presidente pediu aprovação de pacote de ajuda dos EUA

    Sebastian ShuklaOlga VoitovychAndy CareyChristian Edwardsda CNN

    A falta de defesas aéreas deixou a Ucrânia impotente para evitar um ataque aéreo russo na semana passada que destruiu a maior central elétrica da região de Kiev, disse o presidente Volodomyr Zelensky.

    A Rússia disparou 11 mísseis contra a usina de Trypilska, segundo o chefe de Estado. As defesas aéreas ucranianas derrubaram os primeiros sete mísseis, mas os quatro seguintes destruíram completamente a usina.

    “Por quê? Porque não tínhamos nenhum míssil. Ficamos sem mísseis”, afirmou Zelensky à PBS NewsHour, em entrevista que foi ao ar na segunda-feira (15).

    Ele alertou repetidamente os aliados que as defesas aéreas da Ucrânia estão perigosamente fracas, uma vez que a Rússia reiniciou recentemente o seu ataque à infraestrutura energética do país.

    Mesmo assim, um pacote de ajuda militar dos Estados Unidos, desesperadamente necessário, foi bloqueado durante meses pelos republicanos da Câmara dos Deputados no Congresso americano.

    Zelensky faz pressão após ajuda a Israel

    Zelenksy ressaltou que o ataque frustrado do Irã contra Israel demonstrou que os países ocidentais foram capazes de proteger o espaço aéreo dos seus aliados.

    O Irã disparou mais de 300 projéteis contra Israel em um ataque sem precedentes no fim de semana, que foi frustrado com a ajuda das defesas aéreas dos EUA, Reino Unido, França e Jordânia.

    “Israel, por si só, não seria capaz de se proteger contra um ataque tão numeroso e poderoso. E, definitivamente, usaram defesa aérea e aviação, muitas coisas que, falando francamente, falta à Ucrânia”, avaliou.

    O presidente questionou por que Israel tem desfrutado de  apoio tão abrangente dos membros da Otan, a aliança militar ocidental, apesar de não ser membro do bloco.

    “Israel não é um país da Otan. Os aliados da Otan, incluindo os países da Otan, têm defendido Israel. Mostraram às forças iranianas que Israel não estava sozinho. E esta é uma lição”, comentou.

    “Esta é uma resposta a qualquer pessoa em qualquer continente que diga que é preciso ajudar a Ucrânia com muito cuidado para não envolver os países da Otan na guerra”, adicionou.

    Pacotes de ajuda

    Os aliados aprovaram pacotes de ajuda à Ucrânia, mas a principal parcela do financiamento dos EUA, totalizando cerca de US$ 60 bilhões, não foi levada a votação no Congresso americano pelo presidente da Câmara, Mike Johnson.

    Johnson sinalizou na segunda-feira (15) que, até o final da semana, apresentaria ao plenário da Câmara um projeto de lei de financiamento da Ucrânia reformulado, que seria separado dos projetos de financiamento para Israel e Taiwan.

    No entanto, ainda há dúvidas se o texto será aprovado, já que Johnson enfrenta oposição dentro de seu próprio partido.

    Zelensky chamou a divisão do projeto de lei de “estranha” e “política pura”.

    “Ninguém se importa com quantas pessoas morrem na Ucrânia todos os dias. Eles só se preocupam com seus índices de aprovação. É disso que se trata. Mas esquecer que os mortos não se importam com as classificações”, destacou Zelensky.

    “As pessoas no Congresso [dos EUA] precisam de pensar duas vezes antes de promover estas questões políticas no que diz respeito ao apoio à Ucrânia e votar a favor de todos os países cujas vidas dependem disso”, complementou.

    Zelensky repetiu as suas advertências de que a Ucrânia corre o risco de perder a guerra se os EUA não aprovarem a ajuda militar.

    “Posso dizer, francamente, que sem este apoio não teremos chance de vencer”, alertou.

    Ele concluiu que a Rússia desfruta de uma vantagem de 10 para um em termos de projéteis de artilharia. “Para defender 100% do que está sob nosso controle, precisaríamos passar de um para comparar números, 10-10”, finalizou.

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