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    Ucrânia já tem mais combatentes estrangeiros voluntários do que precisa

    Russos se ofereceram para combater contra seu país natal; muitos são recusados por buscarem apenas uma “aventura”

    Nuno Guedesda CNN

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    Ao fim de mais de um mês de guerra, a Legião Internacional de Defesa da Ucrânia –criada para receber estrangeiros que querem combater os ataques da Rússia— já possui mais voluntários do que necessita. Surgem pessoas de todo o mundo e centenas têm sido recusados.

    A explicação foi feita à CNN Portugal por um porta-voz do Ministério da Defesa, que adianta que até russos e bielorrussos se ofereceram para lutar pela Ucrânia.

    O coronel Anton Myronovych admite que parece “algo talvez cômico, mas temos pedidos daqueles países que tratamos como inimigos, pois temos voluntários da Rússia e da Bielorrússia”.

    Até agora, no entanto, por uma questão de cautela, nenhum russo ou bielorrusso foi aceite na Legião Estrangeira, ao contrário do que já aconteceu com alguns portugueses, que o porta-voz da Defesa ucraniana não consegue quantificar, apesar de admitir que vários portugueses também já foram recusados.

    Aliás, os voluntários são tantos que é preciso fazer uma seleção rigorosa. Um requisito obrigatório é que tenham experiência real de combate, não bastando saber utilizar armas, mas sendo necessário conhecer, igualmente, os reais motivos de quem procura combater numa guerra sangrenta.

    “Tem de se perceber que ao serem aceitos, tem que lutar lado a lado com militares ucranianos e fazer parte das Forças Armadas da Ucrânia, cumprindo todas as regras seguidas pelos ucranianos”.

    “Não é uma aventura nem um divertimento, mas sim uma guerra real em que estarão lutando pela Liberdade”, continua o representante da Legião Internacional de Defesa da Ucrânia, admitindo que muitas recusas acontecem porque os voluntários “não percebem aquilo que procuramos”.

    “Alguns dos voluntários veem esta oportunidade de se juntarem à Legião Internacional como uma aventura… e alguns até pensam que podem fazer algum dinheiro com isso, mas o nosso objetivo não é esse”, afirma Anton Myronovych.

    Mesmo com centenas de nomes recusados, o Ministério da Defesa da Ucrânia refere que “neste momento temos mais voluntários do que aqueles que precisamos”.

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