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    Ucrânia diz que precisa “ter certeza” sobre adesão à Otan na cúpula da aliança

    País foi impedido de integrar organização enquanto guerra com a Rússia acontece; reunião entre países aliados acontecerá entre 11 e 12 de julho na Lituânia

    Pavel Polityukda Reuters

    Kiev

    O presidente Volodymyr Zelenskiy pediu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na quarta-feira (28), que envie à Ucrânia um sinal claro, em uma cúpula no próximo mês, de que ela pode se juntar à aliança militar quando a guerra da Rússia em seu país terminar.

    Em discurso ao parlamento no Dia da Constituição da Ucrânia, ele sugeriu que os líderes globais deveriam parar de pensar em como Moscou reagiria ao tomar decisões sobre a Ucrânia e descreveu os líderes políticos e militares da Rússia como “bandidos”.

    Ele então expôs o que Kiev espera da cúpula da Otan de 11 a 12 de julho na Lituânia, depois de manter conversações na capital ucraniana com o presidente polonês Andrzej Duda e o presidente lituano Gitanas Nauseda.

    “Entendemos que não podemos ser membros da Otan durante a guerra, mas precisamos ter certeza de que depois da guerra seremos”, disse Zelenskiy em entrevista coletiva conjunta.

    “Esse é o sinal que queremos obter – que depois da guerra a Ucrânia será um membro da Otan”.

    Zelenskiy disse que Kiev também espera receber garantias de segurança na cúpula para ajudar a proteger a Ucrânia até que ela seja aceita como membro da Otan.

    Duda disse que a Polônia e a Lituânia estão fazendo tudo o que podem para ajudar a Ucrânia a garantir seus objetivos o mais rápido possível. Os dois países são grandes apoiadores da Ucrânia, e Vilnius está comprando sistemas de defesa aérea da Sistemas Nacionais Avançados de Mísseis Terra-Ar (Nasams) para Kiev de uma empresa norueguesa.

    “Estamos tentando garantir que as decisões tomadas na cúpula indiquem claramente a perspectiva de adesão. Estamos conversando sobre esse assunto com nossos aliados”, disse Duda.

    Embora a Ucrânia queira ingressar o mais rápido possível, a Otan está dividida sobre a rapidez com que essa medida deve ser tomada.

    Obstáculos à adesão

    Governos ocidentais, como os Estados Unidos e a Alemanha, desconfiam de movimentos que temem que possam levar a aliança mais perto de entrar em uma guerra ativa com a Rússia, que há muito vê a expansão da Otan na Europa Oriental como evidência da hostilidade ocidental.

    “Alguns estados e líderes mundiais ainda, infelizmente, olham para a Rússia ao tomar suas próprias decisões”, disse Zelenskiy em seu discurso ao parlamento. “Isso pode ser chamado de autolimitação absurda e vergonhosa da soberania, porque os ucranianos provaram que a Rússia não deve ser temida.”

    A Rússia ocupou faixas de território no leste e no sul da Ucrânia, mas Kiev lançou uma contraofensiva para tentar retomar a região. Zelenskiy reiterou que Kiev não aceitaria nenhuma proposta de paz que garantisse os ganhos russos e transformasse a guerra em um conflito congelado.

    Alguns estados da Otan expressaram preocupação com a chegada de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner da Rússia, à Belarus, após liderar rebelião.

    Prigozhin se exilou em Belarus, vizinho do norte da Ucrânia, e o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os combatentes de Wagner teriam a opção de se mudar para lá.

    “A presença do Grupo Wagner em Belarus é um sinal muito significativo ao qual, em nossa opinião, a Otan definitivamente deveria prestar atenção”, disse Nauseda.

    “Questões surgem sobre por que essas tropas foram realocadas para lá. Um grupo de mercenários experientes sempre pode representar um perigo potencial.”

    Duda disse que a Polônia fortalecerá a segurança em sua fronteira com Belarus, se necessário.

    Zelenskiy citou o exército ucraniano dizendo que a situação no norte da Ucrânia está inalterada e sob controle.