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    Trump não implementará medidas recomendadas por órgão de saúde para reabrir EUA

    Documento lista propostas mais detalhadas do que as apresentadas pelo governo em abril, incluindo sugestões específicas para escolas e igrejas

    O governo de Donald Trump não vai implementar as recomendações previstas em um relatório de 17 páginas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, em inglês) para poder reabrir o país, informou um alto funcionário do órgão à CNN.

    O documento lista propostas detalhadas, que vão além das diretrizes para reabertura, que o governo apresentou em abril, incluindo sugestões específicas para escolas e igrejas lidarem com a pandemia do novo coronavírus.

    O funcionário do CDC confirmou que, na noite dessa quarta-feira (6), ficou claro que a Casa Branca não implementará as recomendações previstas para a reabertura dos EUA, após ter solicitado o relatório.

    “Estamos acostumados a lidar com uma Casa Branca que pede coisas e então começa o caos. Um grupo de pessoas do CDC passou inúmeras horas para atender ao pedido de Deborah Birx”, disse a fonte, referindo-se à médica coordenadora de resposta ao novo coronavírus da Força-Tarefa da Casa Branca.

    “O relatório de 17 páginas representa um pedido da força-tarefa para apresentar essas recomendações. Este é o nosso papel: reunir essas informações.”

    Atritos entre Casa Branca e agência de saúde

    Questionado sobre o assunto, um funcionário da força-tarefa enviou à CNN um comunicado que diz que “no dia 16 de abril, o presidente Trump lançou diretrizes para abrir os EUA novamente” e elas “deixaram claro que os estados deveriam abrir de forma segura e responsável com base nas informações e esforços de resposta de cada um deles”. Outro funcionário afirmou à CNN que os representantes do CDC ainda não tinham verificado o relatório antes de ele ser divulgado.

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    Um alto membro da gestão Trump disse que um rascunho do documento, obtido pela CNN na semana passada, foi assunto recente de discussões internas acaloradas, mas membros da força-tarefa avaliaram que o relatório era muito específico e poderia não ser útil para o país todo, dadas as diferentes situações de cada estado.

    A Casa Branca também vem sendo foco de um intenso esforço de alguns setores que buscam influenciar essas diretrizes, segundo o alto funcionário do governo.

    Durante uma entrevista coletiva dessa quarta, a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, reiterou a iniciativa federal de deixar os governadores implementarem suas próprias regras. “Este é um esforço conduzido por governadores. O presidente disse que eles tomam as decisões de seguir em frente e os encorajamos a seguir nossa abordagem em fases”, afirmou McEnany.

    O alto funcionário do CDC contou à CNN que isso é parte do constante atrito entre a agência da saúde dos EUA e a Casa Branca.

    Parte do debate sobre as recomendações dizia respeito a propostas voltadas para empresas. “O CDC e a força-tarefa da Casa Branca discordaram sobre a força que deve ter a resposta da saúde pública”, afirmou o funcionário.

    Segundo ele, a agência foi alertada por membros do Departamento de Trabalho dos EUA que, com as diretrizes propostas pelo CDC, algumas restrições que teriam que ser impostas em entidades como igrejas e empresas eram muito rigorosas, e esses negócios ficariam vulneráveis à responsabilidade legal se funcionários contraíssem ou morressem por Covid-19 no trabalho.

    “Na ausência de lei, é regulamentação e, na ausência de regulamentação, são recomendações. Eles acharam que essas ficariam muito abertas a interpretações pela Justiça se algo acontecesse no trabalho”, afirmou o funcionário.

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