Trump diz estar mais experiente e lista John Bolton como um de seus erros
Republicano demonstrou tom pouco confiante de que derrotará o democrata Joe Biden no pleito deste ano
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se prepara para encarar a disputa pelo segundo mandato retornando ao tom personalista da primeira disputa. Em entrevista à Fox News nesta sexta-feira (26), ele defendeu que os americanos confiem nele, agora “experiente” após passar pelo primeiro mandato, quando foi questionado a respeito de quais as suas prioridades para um eventual segundo mandato.
“Uma das coisas que será realmente ótimo é a palavra experiência, que ainda é boa. Eu sempre digo que talento é mais importante que experiência, sempre disse, mas a palavra experiência é muito importante, tem um significado muito importante”, disse.
Trump relembrou ao público que acompanhava a entrevista ao vivo que ele viveu sua vida em Nova York e não conhecia ninguém em Washington antes de chegar à Casa Branca. “Agora eu conheço todo mundo”, disse. “E eu tenho ótimas pessoas no governo. Você faz alguns erros, como um idiota que nem o [ex-conselheiro de segurança nacional John] Bolton”, disse.
John Bolton se tornou uma pedra no sapato do presidente dos Estados Unidos. O ex-assessor escreveu um livro a respeito da sua passagem na Casa Branca com histórias consideradas potencialmente constrangedoras para Trump. No último dia 20, a Justiça Federal dos EUA rejeitou um pedido do presidente para proibir o lançamento da obra.
Em entrevista à CNN. John Bolton afirma que Trump “fechou os olhos” para a pandemia do novo coronavírus no início do surto porque não queria ouvir “más notícias” sobre seu “amigo”, o presidente chinês Xi Jinping. Segundo Bolton, o presidente dos Estados Unidos evitou tomar medidas antecipadas a respeito da Covid-19 para preservar as negociações comerciais com o governo chinês, epicentro original da doença.
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Ao mencionar seu ex-conselheiro, Trump passou a tratar de John Bolton e não voltou mais ao assunto das propostas para o segundo mandato. Ele disse que seu ex-assessor “queria jogar bombas”. “Tudo que ele queria era jogar bombas em todo mundo. Você não deve jogar bombas em todo mundo, você não precisa matar pessoas”.
O atual presidente demonstrou ter pouca confiança de que será reeleito. Ele pareceu tratar um governo do adversário, o democrata Joe Biden, como inevitável, afirmando que o ex-vice-presidente “destruirá o país”. “Eu quero dizer, ele não consegue falar”, ironizou. “E ele será nosso presidente talvez porque algumas pessoas não me amem”.
A analista da CNN Abby Philip afirmou que as dificuldades da campanha republicana se acentuaram porque Trump pretendia construir seu discurso político em torno do bom estado da economia, que foi afetado pela pandemia da Covid-19. “Ele pensou que ele estaria disputando com a economia bombando, com tudo acelerado apontando para novembro e não é esse o caso”, afirmou.
(Com informações de reportagem original em inglês de Kevin Liptak, da CNN)