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    Trump anuncia apoio ao deputado Jim Jordan na eleição para a Câmara dos EUA

    Segundo analistas, objetivo do ex-presidente seria garantir posição de relevância no debate envolvendo a escolha para o cargo

    O deputado republicano Jim Jordan recebeu apoio de Donald Trump na eleição para a Câmara dos EUA
    O deputado republicano Jim Jordan recebeu apoio de Donald Trump na eleição para a Câmara dos EUA William B. Plowman/NBC via Getty Images

    Lourival Sant'Anna

    O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (6) seu apoio ao deputado Jim Jordan na corrida para a presidência da Câmara dos Deputados.

    No mesmo dia, lançou uma enquete para seus seguidores votarem no seu preferido para o cargo. O movimento, aparentemente incongruente, tem uma explicação: o desejo de Trump por relevância no debate.

    “Patriota”, começa mensagem enviada aos cadastrados em sua lista de emails –expressão com que Trump costuma se dirigir aos seus seguidores. “Farei o que for necessário para ajudar no processo de seleção do presidente da Câmara.”

    Vídeo: Candidatos criticam Trump em debate republicano

    Ele acrescenta que precisará de um “presidente da Câmara forte quando voltar à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025”. E pede que os seguidores votem, por um link no rodapé do email.

    Trump compareceu por três dias nesta semana a audiências em um tribunal de Nova York no julgamento em que ele e seus filhos Eric e Donald Jr. são acusados de fraude empresarial. O comparecimento não era obrigatório.

    Aparentemente, ele avaliou que o evento o ajudaria a se apresentar como vítima de um sistema de Justiça supostamente controlado pelos democratas –acusação que repetiu em vários emails. E também que possa ter considerado a importância de dominar o noticiário, tirando espaço dos pré-candidatos das primárias republicanas.

    Trump usa os processos na Justiça para pedir doações. Assim como os deputados republicanos que lideraram a rebelião e que também se dizem “perseguidos”, no caso pelo próprio McCarthy, que controla a destinação de verbas do partido para as campanhas.

    Mas as atenções do público se voltaram para o drama que se desenrola na Câmara, que entrou em recesso na noite de terça-feira (3), depois da destituição de seu presidente, Kevin McCarthy, em uma rebelião de oito deputados de seu Partido Republicano, com apoio dos democratas.

    Como presidente da Comissão de Justiça da Câmara, Jordan atuou na abertura das investigações para um eventual processo de impeachment contra o presidente Joe Biden, e também para proteger Trump de intimações para depor sobre seu envolvimento na invasão do Congresso em janeiro de 2021. Ele é também co-fundador da Bancada da Liberdade, de onde partiu a rebelião que derrubou McCarthy.

    Jordan deverá enfrentar o líder da bancada republicana, Steve Scalise, na eleição para a presidência da Câmara, prevista para começar na quarta-feira (11). O próprio nome de Trump foi apresentado por deputados da Bancada da Liberdade.

    Assim como Jordan, Scalise é considerado mais conservador do que McCarthy. Em 2017, ele sofreu um atentado a tiros de um extremista anti-Trump, e até hoje manca por causa disso, além de lutar contra uma leucemia. Scalise também teve envolvimento com supremacistas brancos da Louisiana.

    Trump não precisa se preocupar com a lealdade dos principais candidatos. O próprio nome de Trump foi apresentado por deputados da Bancada da Liberdade.

    Em princípio, qualquer cidadão pode ser eleito presidente da Câmara, embora por tradição o cargo seja ocupado por deputados. Mas, pelas regras do Partido Republicano, a Casa não pode ser presidida por um réu em processos que envolvam potencial sentença de mais de dois anos. Os quatro processos contra Trump poderiam resultar em décadas de prisão, em caso de condenação.