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    Trump acusa Obama e Biden de espionarem a sua campanha de 2016

    Fala do presidente republicano ocorre em meio a um emaranhado de investigações que citam atuais protagonistas do pleito de 2020

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o ex-presidente Barack Obama e o ex-vice-presidente Joe Biden de terem espionado sua campanha eleitoral em 2016. Biden é o pré-candidato do Partido Democrata às eleições deste ano e Obama como um dos seus principais apoiadores.

    “Grande notícia! O crime político do século está sendo descoberto. Obama e Biden ilegalmente espionaram a campanha Trump, tanto antes quanto depois da eleição. Traição”, escreveu o presidente em redes sociais.

    Junto ao texto, o presidente compartilhou uma publicação do advogado Jonathan Turley, que comenta o depoimento de Sally Yates, ex-vice-procuradora geral dos Estados Unidos no governo Obama. Ao Congresso, Yates disse que não aprovaria, hoje, a investigação aberta em 2016 sobre Carter Page, ex-assessor eleitoral de Trump.

    Naquele ano, o FBI abriu um inquérito para apurar possíveis ligações entre a campanha republicana e a Rússia, uma investigação que fez sombra em Donald Trump durante a maior parte do seu governo. 

    Em seu depoimento, no entanto, Sally não faz nenhuma acusação a Obama ou Biden. A ex-procuradora disse que a sua mudança de posição se deve a erros nos pedidos para investigar Page. 

    A investigação

    A apuração conduzida pelos republicanos no Congresso não trata do episódio em si, mas sim do inquérito conduzido pelo FBI sobre Michael Flynn, ex-assessor de segurança nacional de Trump, que confessou ao conselheiro especial Robert Mueller que mentiu ao órgão.

    Yates é uma peça-chave desse outro caso, tendo sido a responsável por alertar a Casa Branca das supostas ligações de Flynn com a Rússia.

    Mesmo com a confissão, o Departamento de Justiça americano dispensou Michael Flynn de responder às acusações citando um depoimento da própria Sally Yates, que após ouvir o ex-assessor sugeriu que a investigação fosse encerrada.

    Ao Congresso, Yates disse que a fala foi feita “antes que eles soubessem das conversas” de Flynn com o então embaixador russo nos Estados Unidos, Sergey Kisyak. “Havia, sem dúvida, material para uma investigação legítima”, afirmou. 

    Eleições

    A nova discussão do tema não é apenas uma tentativa de elucidar fatos antigos. Os republicanos se concentram na atuação de Joe Biden na investigação contra Michael Flynn, quando o candidato democrata era o vice-presidente do país.

    Biden participou de uma reunião em janeiro de 2017, quando Trump já havia sido eleito presidente, em que a investigação contra o assessor do republicano foi um dos assuntos tratados. 

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    Segundo Sally Yates, a investigação foi detalhada a Biden, ao presidente Barack Obama e ao então diretor do FBI, James Comey, porque eles precisavam saber sobre as suspeitas para que “tivessem cuidado com o que seria compartilhado com o general Flynn”.

    “Durante a reunião, o presidente, o vice-presidente e o assessor de segurança nacional não fizeram nada para tentar interferir diretamente ou influenciar nenhum tipo de investigação”, afirmou a ex-procuradora.

    Faltando três meses para o pleito de 2020, Trump tem ficado em torno de 15 pontos atrás de Biden nas pesquisas eleitorais mais recentes.

    Em meio a discussões sobre a segurança das eleições durante a pandemia da Covid-19 e sobre meios alternativos de votação, como o voto por carta, Trump chegou a defender o adiamento do pleito. 

    (Com informações de Jeremy Herb e Katelyn Polantz, da CNN)

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