Tribunal do Panamá absolve 28 acusados no “Panama Papers” e na Operação Lava Jato
A juíza Baloísa Marquínez ordenou a suspensão de todas as medidas cautelares tomadas contra os réus
Um tribunal panamenho absolveu 28 pessoas acusadas de lavagem de dinheiro em casos ligados aos escândalos dos Panama Papers e da Operação Lava Jato.
A juíza Baloísa Marquínez ordenou a suspensão de todas as medidas cautelares tomadas contra os réus, que não foram identificados. Ela disse que um membro do grupo morreu durante o processo.
Os Panama Papers foram um conjunto de mais de 11 milhões de documentos vazados que foram publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) em 2016.
Os documentos supostamente revelaram uma rede clandestina envolvendo associados do presidente russo, Vladimir Putin, e laços comerciais entre um membro do comité de ética da FIFA e homens que os Estados Unidos tinham indiciado por corrupção.
Os documentos faziam referência a 12 líderes mundiais atuais ou antigos, bem como a 128 outros políticos e funcionários públicos.
Uma declaração do tribunal afirmou que as provas recolhidas no caso não cumpriram o devido processo, levantando dúvidas sobre a sua “autenticidade e integridade”.
Na sexta-feira (29), o diretor executivo do ICIJ, Gerard Ryle, disse que “embora o tribunal não tenha responsabilizado estes réus, o impacto duradouro da nossa investigação persiste”.
“Ao revelar verdades ocultas, como fizemos nos Panama Papers, capacitamos o público com as informações de que necessita para exigir responsabilização e impulsionar reformas”, disse Ryle.
O julgamento durou 85 horas, disse o ICIJ, e incluiu três promotores e 18 advogados de defesa.
A Operação Lava Jato foi uma investigação de lavagem de dinheiro na Petrobras, a empresa petrolífera estatal brasileira.
Os absolvidos do caso da Operação Lava Jato foram exonerados porque não foi possível demonstrar a receita de dinheiro de fontes ilícitas, disse o comunicado.