Tribunal de Mianmar estende pena de prisão de Aung San Suu Kyi para 26 anos
Veredito desta quarta-feira (12) é o mais recente de uma série de punições impostas à mulher de 77 anos
Um tribunal militar de Mianmar condenou Aung San Suu Kyi, a ex-líder deposta do país e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a mais três anos de prisão por corrupção, disse uma fonte familiarizada com o caso à CNN, estendendo sua pena total de prisão para 26 anos.
O veredito desta quarta-feira (12) é o mais recente de uma série de punições impostas a Aung, de 77 anos, uma figura de oposição a décadas de regime militar que liderou Mianmar por cinco anos antes de ser forçada a deixar o poder em um golpe no início de 2021.
Aung foi considerada culpada de receber US$ 500.000 em subornos de um magnata local, acusação que ela negou, segundo a fonte. Seus advogados disseram que a série de crimes contra ela são politicamente motivadas. Ela está atualmente detida em confinamento solitário em uma prisão na capital Naypyidaw.
No mês passado, Aung foi considerada culpada de fraude eleitoral e condenada a três anos de prisão com trabalhos forçados, em um julgamento relacionado às eleições gerais de novembro de 2020 que sua Liga Nacional pela Democracia ganhou em uma vitória esmagadora, derrotando um partido criado pelos militares.
Foi a primeira vez que Aung foi condenada a trabalhos forçados desde o golpe militar de 2021. Ela recebeu a mesma punição em um julgamento separado sob um governo anterior em 2009, mas essa sentença foi comutada.
Aung também já foi considerada culpada de crimes que vão desde corrupção até violações eleitorais.
Grupos de direitos humanos expressaram repetidamente preocupações sobre a punição de ativistas pró-democracia no país desde que os militares tomaram o poder.
Na semana passada, um tribunal militar em Mianmar condenou um jornalista japonês a 10 anos de prisão por sedição e violação de uma lei sobre comunicações eletrônicas depois que ele filmou um protesto contra o governo em julho, disse um diplomata japonês.
Toru Kubota, 26, foi preso por policiais à paisana em Yangon, onde estava filmando um documentário no qual vinha trabalhando há vários anos, de acordo com uma petição do Change.org pedindo sua libertação.
Em julho, a junta militar executou dois proeminentes ativistas pró-democracia e dois outros homens acusados de terrorismo, após um julgamento condenado pelas Nações Unidas (ONU) e por grupos de direitos humanos.