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    Tribunal de Haia não deve deter Putin, diz professor

    Em entrevista à CNN, Gunther Rudzit avaliou ser difícil que países envolvidos no conflito na Ucrânia cheguem a um acordo

    Layane SerranoVinícius Tadeuda CNN

    Em São Paulo

    Mesmo com as investigações do Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia, na Holanda, que vai apurar possíveis crimes de guerra na invasão da Rússia à Ucrânia, o professor de Relações Internacionais da ESPM Gunther Rudzit acredita que “não é isso que vai deter o presidente Vladimir Putin”.

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (14), o especialista considerou que “a própria Rússia não faz parte do TPI, e diante de todas as sanções, ele [Putin] não espera viajar tão cedo para esses países que fazem parte do TPI e onde ele poderia vir a ser preso”.

    Na avaliação de Rudzit, Putin já tomou a decisão de “ir até o fim”, como o próprio líder russo já disse a líderes da França e Alemanha. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou inclusive a afirmar após um encontro com o presidente da Rússia que “o pior ainda está por vir”.

    De acordo com o professor, as tropas russas não devem recuar, e uma forte evidência disso é a repressão contra manifestantes russos contrários à guerra.

    Sendo assim, o especialista considera que é difícil que os países envolvidos na guerra na Ucrânia cheguem a um acordo. Na visão dele, o mais importante no momento é que mais corredores humanitários sejam abertos.

    “Putin está rearrumando a sua estratégia militar para tentar impor uma derrota militar que leve o governo ucraniano a ceder mais do que está se propondo agora”, avaliou.

    O professor avaliou que “a Rússia percebe que se ela não controlar a Ucrânia, a Ucrânia passa para o lado da Europa e o Ocidente ganha. Já o Ocidente tem a percepção que, se nós abandonarmos a Ucrânia, a Rússia toma conta e nós perdemos. Em uma situação como essa, é muito difícil chegar ao acordo. Mas não é impossível”.

    Rudzit ainda fez coro ao alerta do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, de que “a perspectiva do conflito nuclear, antes impensável, está agora no campo das possibilidades”.

    O professor pontuou que “com o fim da Guerra Fria, o mundo esqueceu um pouco que as armas estão aí, é uma possibilidade real”. No entanto, Rudzit alertou que “uma guerra dessas é acabar com a humanidade como a gente conhece”.

    Segundo o especialista, Estados Unidos e Rússia possuem, somados, arsenais nucleares com a capacidade de destruir a Terra 16 vezes. “A vida como a gente conhece deixaria de existir”, disse.