Tribunal da Romênia ordena recontagem na eleição presidencial após reviravolta
Candidato da ultradireita tinha apenas 1% das intenções de voto nas pesquisas, mas venceu votação com 22%
O Tribunal Constitucional da Romênia, o mais importante do país, ordenou a recontagem dos votos do primeiro turno da eleição presidencial, disse o órgão nesta quinta-feira (28).
A corte “ordenou por unanimidade a reverificação e recontagem das cédulas de votação para a eleição presidencial de 24 de novembro”, afirmou um comunicado.
A medida foi tomada depois da vitória do candidato independente da ultradireita, Calin Georgescu, de 62 anos.
O político pró-Rússia venceu a votação com 22,95% dos votos. Já a candidata de centro-direita Elena Lasconi, líder da União Salve a Romênia, da oposição, ficou em segundo lugar, com 19,2%.
O resultado foi uma surpresa já que nas pesquisas de opinião pré-eleitorais Georgescu tinha apenas um dígito.
A decisão sobre a recontagem aumenta a turbulência em torno do processo eleitoral na Romênia. Observadores internacionais avaliam que a decisão pode manchar a credibilidade das instituições estatais romenas.
Campanha polêmica
Georgescu fez uma campanha impulsionada pelo Tik Tok. O político já elogiou políticos fascistas romenos da década de 1930 como heróis e mártires nacionais.
Também criticou a Otan e a posição da Romênia em relação à Ucrânia e disse que o país deveria se relacionar com a Rússia, ao invés de desafiá-la.
Georgescu vai enfrentar a candidata de centro Elena Lasconi em um segundo turno, no dia 8 de dezembro. Enquanto isso, uma eleição parlamentar está marcada para domingo.
Elena Lasconi condenou a decisão do Tribunal Constitucional em uma publicação em suas contas de redes sociais.
“O Tribunal Constitucional está interferindo no processo democrático pela segunda vez”, escreveu Lasconi. “Combate-se o extremismo por meio de votos, não de jogos de bastidores”, continuou a candidata.
