Três propostas-chave de Horacio Rodríguez Larreta à presidência da Argentina
Horacio Larreta é prefeito de Buenos Aires desde 2015; os principais pilares em que se apoia são educação, trabalho e segurança
Horacio Rodríguez Larreta iniciou sua carreira pré-eleitoral após o fechamento das listas em 24 de junho para as primárias presidenciais. Quais são suas propostas para ganhar o eleitor do “Juntos por el Cambio” (Juntos pela Mudança em português) nas eleições presidenciais de outubro?
Larreta, considerado por muitos como carta moderada do Juntos por el Cambio (JxC) – a coalizão de oposição mais influente da Argentina –, iniciou sua carreira pré-eleitoral após o fechamento das listas em 24 de junho para as primárias presidenciais.
“Acabar para sempre com o kirchnerismo” é sua bandeira mais clara, a insígnia fundamental de seu espaço político, e a destacou em um ato que liderou na semana passada na província de Corrientes, acompanhado de seu candidato à vice-presidência, Gerardo Morales.
Mais além do slogan, Larreta busca se diferenciar de sua principal concorrente interna, Patricia Bullrich, a candidata que para muitos representa a ala mais dura do JxC, com quem disputará as eleições primárias, chamadas de Paso, em 13 de agosto.
Larreta despontava como o herdeiro político de Mauricio Macri. Recebeu seu apoio em 2015 para sucedê-lo como prefeito da cidade de Buenos Aires, ganhou e governou esse reduto nos últimos oito anos.
No entanto, o que parecia óbvio não é mais. Ambos tiveram algumas diferenças recentemente, embora o ex-presidente por enquanto evite se expressar explicitamente sobre quem apoiaria na luta por seu espaço.
As principais pesquisas colocam Larreta e Bullrich em níveis semelhantes de percepção de sua imagem. Quais são as propostas de Rodríguez Larreta para ganhar o eleitorado do JxC nas eleições presidenciais?
Três pilares que delineiam o plano de Rodríguez Larreta
“Nossa mudança se baseia em três pilares: educação, trabalho e segurança”, disse ele na cerimônia em Corrientes.
Em relação ao emprego, o plano de Larreta é o que ele chama de “modernizar o sistema trabalhista” e “acabar com a indústria experimental”. Segundo a plataforma apresentada em seu site, isso resulta em diversas medidas que flexibilizam as relações trabalhistas.
Por um lado, a criação de uma nova lei que reduza as penas para o trabalho informal e que aumente o período de experiência dos trabalhadores de três para seis meses e a contratação por um ano em “regime simplificado” – não detalhado.
Por outro lado, a criação de um fundo de despedimento voluntário em “rubricas de grande rotatividade” e a possibilidade de intervenção junto das forças de segurança em bloqueios ou paralisações, que são descritos como “mecanismos de extorsão”.
Ele propõe dar aos trabalhadores independentes o acesso à licença maternidade/paternidade e ao seguro de riscos laborais. E também simplificar os procedimentos de criação de micro e pequenas empresas, que podem ser concluídos digitalmente.
Em relação aos planos sociais, a plataforma do prefeito da cidade de Buenos Aires propõe impor requisitos educacionais e trabalhistas para o acesso aos subsídios. Além disso, os mesmos podem ser pagos por celular, com o objetivo de eliminar a intervenção de organizações intermediárias.
Embora ainda não tenha apresentado seus programas em matéria educacional e de segurança, Rodríguez Larreta avançou algumas diretrizes nessas áreas.
No primeiro caso, garantir dias letivos, infraestrutura, conectividade com a internet e inglês desde o ensino fundamental. No segundo, ter uma força militar para combater o narcotráfico através da criação de um “corpo de elite”, bem como fortalecer as forças policiais.
Larreta não perdeu a oportunidade durante o acto de sublinhar que uma mudança no país exige “trabalho, trabalho e trabalho” e “anos de experiência no sector público”.
“Isto não é para um líder messiânico, para um carismático daqueles que falam bem, todos me conhecem, não sou um bom orador (…) Vamos levar este país adiante como um time”, enfatizou.
Diferentes analistas concordam que o ponto forte do candidato do Juntos por el Cambio é sua capacidade de mostrar gestão.
