Três pontos cruciais sobre o futuro da guerra, segundo a Eurasia
Consultoria de risco aponta escalação do conflito e mais sanções dos países ocidentais contra a Rússia
A guerra da Ucrânia deve se tornar mais sangrenta nos próximos dias, apesar de negociações marcadas para esta segunda-feira (14) entre Rússia e Ucrânia.
A projeção é de Christopher Garman, diretor do Eurasia Group, uma das maiores e mais respeitadas consultorias de risco do mundo, em entrevista à CNN neste domingo (13).
A Eurasia aponta ainda que o risco de ataque a um país da Organização do Tratado do Atlantico Norte (Otan) é uma realidade e que as sanções econômicas por parte de países ocidentais contra a Rússia “ainda não terminaram”.
Assista acima à íntegra da entrevista e, abaixo, leia um resumo das projeções da consultoria sobre o conflito.
Próximas semanas serão sangrentas
O conflito está sendo escalado nos últimos dias e nas últimas semanas, apesar de nova rodada de negociações marcadas para esta segunda-feira, segundo a Eurasia.
A força russa aumenta à medida que as tropas encontram dificuldades. “O conflito militar deve piorar ainda mais”, afirmou Christopher.
“As próximas semanas serão sangrentas”, enquanto as tropas russas se aproximam de Kiev em meio a uma grande número de civis vivendo na capital da Ucrânia.
O cientista político disse ainda que a Rússia caminha para controlar Kiev, mas pondera que “os russos não devem ter condições de assumir o controle militar sobre o país inteiro”.
O risco de ataque a um país da Otan
Christopher comentou os ataques russos neste domingo próximos à Polônia — país integrante da Otan.
Para o cientista político, mesmo antes desse ataque, existe o temor de ocorrer um conflito armado com a Organização do Tratado do Atlantico Norte.
“A natureza do conflito é tanta que esse tipo de risco existe e não vai embora tão cedo”, afirma.
O Centro para a Manutenção da Paz e Segurança internacional em Yavoriv foi bombardeado por militares russos neste domingo (13).
Esse é um dos locais utilizados pelos instrutores da Otan para formar militares ucranianos.
“É um alvo militar, não é um alvo contra civis”, disse Christopher sobre os ataques russos no domingo.
“Não acho que esse evento (de domingo) muda a dinâmica da guerra ou aumenta de forma substancial o risco de conflito com a Otan”, explica Christopher.
Sanções não terminaram
Para o representante da Eurasia, países da Europa e os Estados Unidos ainda não concluíram a imposição de sanções econômicas contra a Rússia, “especialmente as ligadas a gás e petróleo”.
“Deve haver uma desintegração da economia russa com a Europa que veio para fica.”
Ainda segundo a Eurasia, Putin poderá ficar “ainda mais desesperado” com esse choque econômico, o que poderá tornar sua reação “ainda mais imprevisível”.
As sanções “não devem ser retiradas tão cedo”, afirmou Christopher.