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    Trens e escolas são afetados após sindicatos franceses convocarem greve em meio à inflação crescente

    Greve dos trabalhadores de refinaria se tornou um dos maiores desafios do presidente Emmanuel Macron desde sua reeleição em maio

    Owen Franken/Getty Images

    Benoit Van OverstraetenSudip Kar-Guptada Reuters

    em Paris

    O tráfego regional de trens na França foi reduzido pela metade nesta terça-feira (18), quando vários sindicatos convocaram uma greve nacional, buscando capitalizar a revolta com uma das mais altas inflações de décadas para expandir uma ação industrial de semanas em refinarias de petróleo para outros setores.

    Houve também alguma interrupção nas escolas, já que a greve afetou principalmente o setor público.

    Os líderes sindicais esperavam que os trabalhadores fossem impactados pela decisão do governo de forçar alguns deles a voltarem a trabalhar em depósitos de petróleo para tentar reabastecer o combustível, uma decisão que alguns dizem colocar em risco o direito de greve.

    Mas uma pesquisa da Elabe para a BFM TV mostrou que apenas 39% do público apoiou a convocação de terça-feira para uma greve nacional, enquanto 49% se opuseram a ela, e números crescentes se opuseram à greve dos trabalhadores das refinarias de petróleo.

    A greve dos trabalhadores da refinaria se tornou um dos maiores desafios do presidente Emmanuel Macron desde sua reeleição em maio.

    O porta-voz do governo, Olivier Veran, disse que a requisição de mais funcionários para as refinarias pode ocorrer durante o dia, já que as filas de motoristas preocupados com a interrupção do abastecimento crescem nos postos de gasolina.

    “Haverá tantas requisições quantas forem necessárias… Bloquear refinarias, quando chegarmos a um acordo sobre salários, não é uma situação normal”, disse Veran à France 2 TV.

    Pouco menos de 10% dos professores do ensino médio estavam em greve na terça-feira, com números ainda menores nas escolas primárias, mostraram dados do Ministério da Educação do país. O apelo à greve foi mais observado nas escolas profissionalizantes, onde os professores se opõem às reformas planejadas.

    Na frente de transporte, o Eurostar disse que estava cancelando alguns trens entre Londres e Paris por causa da greve.

    A operadora ferroviária pública francesa SNCF disse que o tráfego nas conexões regionais caiu 50%, mas que não houve grandes interrupções nas linhas nacionais.

    À medida que as tensões aumentam na segunda maior economia da zona do euro, as greves se espalharam para outras partes do setor de energia, incluindo a gigante nuclear EDF EDF.PA, onde o trabalho de manutenção crucial para o fornecimento de energia da Europa será adiado.

    Um representante do sindicato FNME-CGT disse na terça-feira que as greves estão afetando o trabalho em usinas nucleares, inclusive na usina de Penly.

    As greves estão acontecendo enquanto o governo deve aprovar o orçamento de 2023 usando poderes constitucionais especiais que permitiriam contornar uma votação no parlamento, disse a primeira-ministra Elisabeth Borne no domingo (16).

    Manifestações estão programadas em todo o país, com uma em Paris a partir da tarde.

    Milhares de pessoas saíram às ruas de Paris no domingo para protestar contra a alta dos preços. O líder do partido de extrema esquerda La France Insoumise (France Unbowed), Jean-Luc Melenchon, marchou ao lado da vencedora do Prêmio Nobel de Literatura deste ano, Annie Ernaux.