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    Tratamento a trabalhadores palestinos por Israel é criticado na ONU

    Direitos trabalhistas foram dizimados desde guerra com Hamas, segundo chefe da Organização Internacional do Trabalho

    Palestinos inspecionam local de ataque israelense a uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
    Palestinos inspecionam local de ataque israelense a uma casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza 08/05/2024REUTERS/Mohammed Salem

    Emma Fargeda Reuters

    em Genebra

    O chefe da Organização Internacional do Trabalho criticou nesta quinta-feira (6) a dizimação dos direitos trabalhistas dos trabalhadores palestinos desde o início da guerra Israel-Hamas em Gaza e pediu o fim das novas restrições que os impedem de trabalhar em Israel.

    O tratamento de Israel aos trabalhadores palestinos, sob críticas por décadas pelo órgão trabalhista da ONU, aumentou desde a guerra de 7 de outubro. As críticas se concentraram em mais de meio milhão de empregos perdidos e a exclusão de cerca de 200 mil palestinos de Israel por razões de segurança.

    “Este tem sido o ano mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967”, disse o diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, à reunião de Genebra, referindo-se à data da guerra quando Israel tomou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental Árabe da Jordânia e da Faixa de Gaza do Egito.

    Os direitos trabalhistas foram “dizimados”, disse ele em um discurso apresentando um relatório da OIT sobre as condições de trabalho da Palestina, enquanto pedia a Israel para reabrir seu mercado de trabalho.

    Seu chamado foi ecoado pelo Ministro do Trabalho da Palestina, muitos diplomatas de países como o Egito e grupos de trabalhadores. Um deles tornou-se emocional descrevendo as condições em Gaza, onde mais de 36 mil pessoas foram mortas na operação militar de Israel, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.

    Na mesma reunião, dezenas de delegados mais tarde saíram da sala de reuniões da ONU, enquanto Israel delineava sua posição.

    A delegada de Israel, Yeela Cytrin, culpou o Hamas pela exclusão de trabalhadores palestinos de Israel, dizendo que eles tinham como alvo as rotas de passageiros e após os ataques de outubro em Israel, onde 1.200 foram mortos e mais de 250 feitos reféns, de acordo com cálculos israelenses.

    “O caminho para melhorar as condições de trabalho não está na condenação cega de Israel”, disse ela sobre a reunião.

    A OIT, um dos órgãos mais antigos da ONU, criado após a Primeira Guerra Mundial, visa promover o cumprimento das normas internacionais de trabalho. Embora seu relatório seja um evento anual desde 1980, é a primeira vez que o órgão faz recomendações prescritivas.

    Um deles, além do apelo para que Israel reabra seu mercado de trabalho, é que a OIT desempenhe um papel na recuperação de Gaza, ajudando na criação de empregos e nos esquemas de proteção social para os trabalhadores. “O simples fato de que o povo palestino pode ter empregos decentes de volta ajudaria na cura”, disse Houngbo à Reuters.