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    Terremoto no Marrocos: especialista da Unicef diz que primeiras 72 horas são críticas para resgate

    Mais de mil pessoas estavam em estado grave; autoridades também reforçaram pedido de doações

    Heather Chenda CNN

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    O trabalho de resgate e socorro após o terremoto que atingiu o Marrocos entrou em um período “desafiador”, mas ainda há esperança de encontrar sobreviventes, disse à CNN um porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

    “Qualquer resposta humanitária é sempre complexa, complicada e desafiadora. Penso que assim será”, disse Joe English, especialista em comunicações de emergência da Unicef.

    “As primeiras 72 horas em termos de busca e resgate são absolutamente críticas. Eles chamam isso de ‘período dourado’, porque se você vai ficar sob os escombros, esse será o momento de fazê-lo [o resgate], mas às vezes vemos milagres”, ponderou.

    VÍDEO — Terremoto de magnitude 6,8 atinge o Marrocos e deixa centenas de mortos

    English destacou que muitas famílias que fugiram de suas casas “apenas com as roupas do corpo” passaram uma segunda noite nas ruas de Marrakech, a maior cidade perto do epicentro do terremoto.

    “As crianças viram as suas escolas e casas destruídas e agora vivem nas ruas sem qualquer abrigo”, comentou English.

    “Estaremos aqui o tempo todo e apoiaremos as crianças e suas famílias depois, mas não podemos fazer isso sem apoio público e doações — tudo isso é realmente crítico — em termos de obtenção de água potável, abrigo e comida a longo prazo”, colocou.

    Tremor mais forte em 120 anos

    O número de mortes confirmadas no terremoto que atingiu o Marrocos na sexta-feira (8) chegou a 2.012 pessoas, informou a TV estatal marroquina na noite deste sábado (9), citando um comunicado do Ministério do Interior.

    A contagem dos feridos aumentou para 2.059, incluindo 1.404 pessoas que estão em estado grave.

    Com magnitude de 6,8, o terremoto que partiu das montanhas do Alto Atlas, no Marrocos, na noite de sexta, foi o mais forte já registrado para a região em pelo menos 120 anos, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

    A magnitude de 6,8 é classificado como forte na escala Richter, de acordo com o órgão.

    Embora possíveis, terremotos deste tamanho na região são incomuns, segundo o serviço norte-americano. Desde 1900, foram nove abalos com magnitude superior a 5, mas nenhum deles chegou a alcançar os 6.

    Benjamin Brown, membro da equipe da CNN que estava em Marrakech quando ocorreu o terremoto, descreveu as cenas como “absolutamente chocantes”.

    Em conversa por telefone, Brown contou que as pessoas de desesperavam conforme compreendiam a magnitude do que tinha acontecido e dos próprios ferimentos.

    Havia muitos edifícios parcialmente destruídos, alguns com os telhados arrancados e as janelas de vidro quebradas, de acordo com ele.

    A TV estatal do país, Al Aoula, relatou que partes das muralhas históricas de Marrakech também foram danificadas.

    As fortificações formam um conjunto de muralhas que circundam os bairros históricos de Marrakech e foram construídas no início do século 12.

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