Tensão no Oriente Médio demonstra fraqueza do sistema internacional, diz especialista
Especialista analisa ataques do Irã contra Israel e destaca a ineficácia da comunidade internacional em lidar com conflitos na região
A recente escalada de tensões no Oriente Médio, marcada pelos ataques aéreos do Irã contra o território israelense, evidencia a fragilidade do sistema internacional, segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin.
De acordo com informações da agência Reuters, mais de 200 mísseis foram lançados contra Israel numa demonstração de força que desafia as normas internacionais e coloca em xeque a capacidade de resposta da comunidade global.
Complexidade do cenário geopolítico
O especialista destaca a complexidade da situação, apontando que “de um lado tem o Irã, que é um Estado membro da ONU, que financia grupos terroristas que querem a extinção do Estado de Israel”.
Entre esses grupos, Brustolin cita o Hamas, o Hezbollah, os Houthis e a Jihad Islâmica na Palestina, além de forças insurgentes na Síria e no Iraque.
Por outro lado, o professor ressalta a posição controversa do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que “está longe de ser unanimidade”.
Com apenas 38% de aprovação em Israel, Netanyahu enfrenta acusações de corrupção e críticas por suas tentativas de reforma do judiciário, que chegaram a provocar ameaças de greve por parte das forças armadas israelenses.
Desafios para a comunidade internacional
Brustolin enfatiza que a estratégia do Irã “não tem como ser tolerada pela comunidade internacional”, mesmo considerando as críticas aos atos de força de Israel, frequentemente apontados como desproporcionais.
O especialista alerta para a possibilidade de Netanyahu ser denunciado pelo Tribunal Penal Internacional, mas ressalta que a comunidade internacional não pode ignorar o terrorismo financiado por um país membro da ONU.
A situação atual expõe as limitações dos mecanismos internacionais de resolução de conflitos e manutenção da paz.
O professor argumenta que é necessária uma resposta mais efetiva da comunidade global para lidar com as complexidades geopolíticas do Oriente Médio e prevenir uma escalada ainda maior do conflito.