Talibã não conversará sobre paz a menos que o presidente do Afeganistão renuncie

Líderes do Talibã disseram que não negociarão com o governo afegão enquanto Ashraf Ghani permanecer presidente, disse o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, na quarta-feira (11).

Com as negociações de paz paralisadas, a violência no Afeganistão aumentou drasticamente à medida que o grupo insurgente faz rápidos ganhos territoriais. Um oficial de defesa dos EUA disse  que os combatentes do Talibã podem assumir o controle de Cabul em 90 dias. Khan disse que um acordo político parece difícil nas condições atuais.

“Eu tentei persuadir o Talibã… três ou quatro meses atrás, quando a liderança sênior do Talibã veio para cá”, afirmou Khan a jornalistas estrangeiros em sua casa em Islamabad.

“A condição é que enquanto Ashraf Ghani estiver lá, nós (o Talibã) não vamos falar com o governo afegão”, disse Khan, citando o que os líderes do Talibã o disseram.

As negociações de paz entre o Talibã, que vê Ghani e seu governo como fantoches dos Estados Unidos, e uma equipe de negociadores afegãos indicados em Cabul começaram em setembro, mas não fizeram nenhum progresso significativo.

Representantes de vários países, incluindo os EUA, estão atualmente na capital do Catar, Doha, conversando com os dois lados em uma tentativa de cessar-fogo antes de 31 de agosto — o dia em que todas as forças estrangeiras oficialmente deixarão o Afeganistão.

O primeiro-ministro do Paquistão disse sentir que o governo afegão agora está tentando convencer os Estados Unidos a voltar e intervir novamente.

“Eles estão aqui há 20 anos… O que farão agora que não faziam há 20 anos?” disse. As forças dos EUA continuaram a usar ataques aéreos para apoiar as forças afegãs contra os avanços do Talibã, mas não está claro se esse apoio continuará após 31 de agosto.

Khan disse que o Paquistão “deixou muito claro” que não quer nenhuma base militar americana no Paquistão depois que as forças americanas deixarem o Afeganistão.