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    Taiwan ‘não se acovardará’ diante de ameaças da China, diz vice-presidente e candidato à Presidência

    Ministério das Relações Exteriores da China condenou sua escala de Lai nos EUA, chamando-o de “encrenqueiro por completo”

    Eric CheungNectar Ganda CNN

    Taiwan nunca recuará diante das ameaças crescentes da China, disse William Lai, vice-presidente da ilha, durante visita aos Estados Unidos no domingo (14). A fala é uma resposta às críticas feitas pela China, que condenou a viagem e o chamou de “encrenqueiro”.

    Lai, que é o favorito na corrida presidencial de Taiwan para as eleições de janeiro, fez uma parada em Nova York a caminho do Paraguai, onde assistirá à posse do novo presidente, na terça-feira (15).

    O país sul-americano é um dos 13 estados que mantêm relações diplomáticas formais com Taiwan, uma democracia autônoma que o Partido Comunista da China reivindica como seu próprio território, apesar de nunca tê-lo controlado.

    Em um discurso feito para apoiadores durante um almoço em Nova York, Lai retratou a sobrevivência de Taiwan a longo prazo como algo que deveria despertar o interesse da comunidade internacional.

    “Enquanto Taiwan estiver segura, o mundo estará seguro. Enquanto houver paz no Estreito de Taiwan, haverá paz mundial”, disse Lai, segundo o gabinete presidencial de Taiwan.

    “Não importa quão grande seja a ameaça do autoritarismo para Taiwan, não teremos nenhum medo, nem nos acovardaremos. Defenderemos os valores da democracia e da liberdade.”

    Os comentários de Lai vieram depois que o Ministério das Relações Exteriores da China condenou sua escala nos EUA, chamando Lai de “encrenqueiro por completo”.

    Ele disse que a China se opõe firmemente a qualquer interação oficial entre os EUA e Taiwan e qualquer “separatista que peça a ‘independência de Taiwan’ aos EUA”.

    Taiwan e os EUA disseram que as viagens de Lai, incluindo uma parada em São Francisco no caminho de volta na quarta-feira (16), são rotineiros.

    “Esses trânsitos de altos funcionários não são oficiais, de acordo com nossa Política de Uma China [que defende que Taiwan faz parte do país]”, disse um alto funcionário do governo à CNN em 16 de julho, chamando esses trânsitos de “bastante comuns”.

    Lai visitou os Estados Unidos pela última vez em janeiro de 2022. O vice-presidente vem de uma tendência chamada “verde profundo” do Partido Democrático Progressista (DPP) — conhecido por sua defesa mais aberta da independência.

    O médico, que se tornou político formado em Harvard, já havia se chamado de “trabalhador pragmático pela independência de Taiwan”.

    Isso o tornou particularmente odiado por Pequim, que não renunciou ao uso da força para tomar a ilha autogovernada.

    Desde que ganhou a indicação do DPP, no entanto, Lai adotou uma linha mais moderada em relação à China.

    O adversário histórico do DPP é o Kuomintang, um grupo político que já foi o inimigo ferrenho do Partido Comunista da China, mas se transformou em um partido que defende relações muito mais estreitas com Pequim.

    As viagens aos Estados Unidos por funcionários de Taiwan são chamadas de “trânsitos” em vez de visitas porque os Estados Unidos não têm relações diplomáticas formais com o governo de Taiwan e as escalas fazem parte de uma viagem não oficial a caminho de outro destino.

    Em março, a presidente de Taiwan, Tsai, transitou pela Califórnia e se encontrou com o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, apesar das advertências e ameaças de Pequim. Após a viagem de Tsai, a China lançou três dias de exercícios militares de fogo real em torno de Taiwan.

    Veja também — Exército da China simula ataques contra Taiwan

    Com informações de Alex Stambaugh e Heather Chen

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