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    Taiwan dialoga com legisladores estrangeiros em pressão por sanções contra China

    Cerca de 60 parlamentares da Europa, Ásia e África se encontraram com embaixador taiwanesa nos Estados Unidos

    Michael MartinaDavid Brunnstromda Reuters , em Washington

    A embaixadora de fato de Taiwan nos Estados Unidos, Hsiao Bi-khim, recebeu nesta terça-feira (14) dezenas de legisladores internacionais que apoiam sanções contra China por agressão à ilha – uma demonstração de apoio a Taipei em meio à pressão militar de Pequim.

    A reunião não anunciada de cerca de 60 parlamentares da Europa, Ásia e África na mansão diplomática de Taiwan na capital americana de Washington – chamada Twin Oaks – é o mais recente movimento nos esforços de Taipei para persuadir outras democracias a se posicionarem contra a China desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia aumentou as preocupações que Pequim poderia tentar tomar a ilha à força.

    O grupo, composto por membros da Aliança Interparlamentar sobre a China (IPAC) reunidos em Washington nesta semana, deve assinar uma promessa de pressionar seus governos a adotar “maior dissuasão contra ações militares ou coercitivas” da República Popular da China (RPC) contra Taiwan, de acordo com um rascunho visto pela Reuters.

    “Faremos campanha para garantir que nossos governos sinalizem à RPC que a agressão militar contra Taiwan custará caro a Pequim. Medidas econômicas e políticas, incluindo sanções significativas, devem ser consideradas para impedir a escalada militar e garantir que o comércio e outras trocas com Taiwan possam continuar sem impedimentos”, dizia o rascunho.

    Acrescentou que os laços de seus países com Taiwan não seriam determinados por Pequim, e que eles pressionariam para aumentar as visitas mútuas de legisladores.

    O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu colocar Taiwan sob o controle de Pequim e não descartou o uso da força. Ele deve garantir um terceiro mandato de liderança de cinco anos em um congresso do Partido Comunista no próximo mês. O governo de Taiwan rejeita veementemente as reivindicações de soberania da China.

    Fontes familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que Washington está considerando sanções contra a China para impedi-la de invadir Taiwan, com a União Europeia sofrendo pressão diplomática de Taipei para fazer o mesmo.

    Hsiao, falando com os legisladores – que de acordo com uma lista de convidados vista pela Reuters vieram de países como Reino Unido, Austrália, Canadá, Índia, Japão, Lituânia, Ucrânia, Nova Zelândia e Holanda – disse no encontro: “É importante demonstrar ao “valentão” que também temos amigos.”

    “Não estamos tentando provocar o “valentão”, mas também não nos curvaremos à sua pressão”, acrescentou.

    Ela recebeu dois representantes ucranianos no evento.

    “Certamente esperamos que, como a comunidade internacional está com a Ucrânia, que a comunidade internacional também esteja com Taiwan, e que juntos possamos impedir mais agressões vindas da China”, disse.

    A promessa do IPAC, que deve ser assinada nesta quarta-feira, também pede que os países protejam as cadeias de suprimentos do trabalho forçado na região chinesa de Xinjiang e apliquem sanções a autoridades chinesas por abusos em Hong Kong e a empresas chinesas que apoiam a indústria militar russa.

    A embaixada da China em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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