Tailândia emite decreto de emergência para reprimir protestos contra o governo
Manifestantes pedem a renúncia do primeiro-ministro e a reforma da monarquia


O governo da Tailândia prendeu várias lideranças de protestos e anunciou a proibição de reuniões de mais de cinco pessoas sob um decreto de emergência emitido nesta quinta-feira (15), que visa reprimir manifestações pró-democracia que têm crescido no país há mais de três meses.
O decreto, que entrou em vigor na capital Bangkok às 4 da manhã, no horário local, foi emitido depois que milhares de manifestantes marcharam do Monumento à Democracia da cidade e romperam uma barreira policial para acampar em frente aos escritórios do primeiro-ministro Prayut Chan-o-cha na noite de quarta-feira. Os manifestantes pediam a renúncia de Prayut e a reforma da monarquia.
“Ao que parece, houve vários grupos convidando, incitando e cometendo reuniões ilegais”, dizia o decreto. “Houve atividades que afetaram a paz e a ordem pública”.
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O governo também citou manifestantes obstruindo uma comitiva real como motivo para emitir o decreto de emergência.
Vídeos da cena mostram a polícia empurrando os manifestantes que gritavam e faziam saudações desafiadoras enquanto um carro transportando a Rainha Suthida e o filho mais novo do Rei Maha Vajiralongkorn, Príncipe Dipangkorn, passava lentamente.
“Há motivos suficientes para acreditar que atos violentos foram cometidos. E isso afetou a estabilidade, a segurança, a propriedade e os funcionários do governo. Esta não é mais uma assembleia pacífica, pois deveria ser garantida pela constituição”, acrescentou o decreto .
Além de limitar os grupos a cinco pessoas, o decreto de emergência inclui uma proibição nacional de publicar e transmitir notícias e informações – inclusive online – que “incitam o medo entre o público”. Os oficiais designados agora terão permissão para implementar novas regras de trânsito e impedir o acesso a certas instalações.
A polícia também prendeu vários ativistas proeminentes na manhã de quinta-feira após os protestos antigovernamentais de quarta-feira, de acordo com o GRUPO Thai Lawyers For Human Rights.