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    Supertufão Rai chega às Filipinas e faz com que milhares busquem abrigo

    Chuvas torrenciais e ventos de até 300 km/h mobilizam autoridades locais e organizações internacionais

    Membros da Guarda Costeira ajudam no resgate de cidadãos filipinos atingidos pelas enchentes do tufão Rai
    Membros da Guarda Costeira ajudam no resgate de cidadãos filipinos atingidos pelas enchentes do tufão Rai Reprodução/Guarda Costeira das Filipinas

    Jessie YeungJinky Jorgioda CNN

    Dezenas de milhares de pessoas foram evacuadas de suas casas nas Filipinas enquanto o arquipélago se preparava para o supertufão Rai, conhecido localmente como Odette, que aterrissou na costa leste do país na quinta-feira (16) à tarde, horário local.

    A tempestade se intensificou rapidamente na manhã de quinta-feira de um tufão para um supertufão. Quando chegou à ilha de Siargao, na costa leste central, já havia alcançado ventos sustentados de 260 quilômetros por hora, com rajadas de mais de 300 quilômetros por hora, equivalentes a um furacão de Categoria 5 no Atlântico.

    Partes das Filipinas já começaram a receber chuvas torrenciais no início da semana; na província central de Misamis Oriental, o rio Agay-ayan transbordou na terça-feira, inundando ruas e casas com água lamacenta.

    Enchentes e deslizamentos de terra

    Milhares de vilarejos no caminho que a tempestade deve percorrer correm alto risco de enchentes e deslizamentos de terra, com o solo da região já saturado e instável das fortes chuvas da semana – diz o Escritório de Minas e Geociências do país, que instou as autoridades locais a preparar planos de evacuação.

    A tempestade deve atravessar as regiões central e sul do país. Algumas das piores condições são esperadas na província de Surigao, que fica na ponta norte de Mindanao, uma das ilhas mais importantes do país.

    A tempestade também deve atingir várias províncias da região de Visayas, um grupo central de ilhas. Mais de 20 milhões de pessoas vivem em Visayas, de acordo com números oficiais de 2020.

    Evacuações nas Filipinas

    Na província de Surigao, mais de 2.600 pessoas foram evacuadas até quarta-feira à noite, de acordo com a agência estatal filipina.

    Fotos de Surigao mostram um complexo esportivo convertido em centro de evacuação, com tendas de plástico montadas em um grande salão e famílias dormindo em esteiras e lonas no chão.

    Enquanto isso, em Visayas Oriental, mais de 45.000 pessoas foram evacuadas para abrigos governamentais na região de Visayas Oriental, disse o Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres na quinta-feira.

    “Já estamos sendo atingidos por fortes ventos e chuvas”, disse o governador Ben Evardone da província de Samar, localizada no leste de Visayas.

    Lembrança de outro supertufão

    Na cidade de Tacloban, nos arredores de Samar, centenas de residentes também se refugiaram em locais de evacuação. Muitos viveram através do Supertufão Yolanda, que matou mais de 6.000 filipinos em 2013, e agora não se arriscam.

    “Estamos preocupados que esta tempestade siga o mesmo caminho que o tufão de 2011 e o outro em 2013”, disse Karen Janes Ungar, representante nacional da organização humanitária Catholic Relief Services Philippines.

    “Entretanto, aprendemos muito com esses dois desastres anteriores e com muita preparação para esta emergência”, completou.

    A maior preocupação, acrescentou ela, são as cidades menores da costa, lar de pescadores e populações mais pobres que podem não ter acesso aos anúncios do governo ou não ter condições de realizar a evacuação.

    As companhias aéreas cancelaram dezenas de voos, enquanto as autoridades de transporte proibiram as viagens terrestres e marítimas no centro e sul das Filipinas, deixando milhares de pessoas presas em portos.

    Mobilização

    Organizações humanitárias e agências de ajuda também estão no local, trabalhando com as autoridades locais para se preparar para a tempestade e ajudar nas evacuações.

    As equipes da Cruz Vermelha das Filipinas estão espalhadas pela costa leste, ajudando a organizar kits de primeiros socorros, alimentos e água, e suprimentos como cobertores e equipamentos de segurança.

    “Os filipinos são duros, mas este supertufão é um golpe forte contra milhões de pessoas ainda se recuperando de tempestades devastadoras, enchentes e da Covid-19 do ano passado”, disse o presidente da Cruz Vermelha filipina, Richard Gordon, em um comunicado à imprensa na quinta-feira.

    O Supertufão Rai é a 15ª tempestade a atingir o país este ano, agravando as lutas das pessoas ainda em recuperação.

    Milhões ainda estão reconstruindo suas casas e seus meios de subsistência, especialmente após várias tempestades devastadoras no final do ano passado, de acordo com a Cruz Vermelha.

    *Com informações da Reuters

    **Esta matéria foi traduzida. Leia a original, em espanhol