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    Sul-africanos vão às urnas em eleição que pode tirar maioria de partido de Mandela

    Congresso Nacional Africano (ANC) pode perder maioria parlamentar após trinta anos no governo

    Votação na África do Sul
    Votação na África do Sul 29/5/2024 REUTERS/Siphiwe Sibeko

    Wendell RoelfKopano Gumbida Reuters

    Os sul-africanos votam nesta quarta-feira (29) na eleição mais competitiva desde o fim do apartheid, com pesquisas de opinião sugerindo que o Congresso Nacional Africano (ANC) poderia perder sua maioria parlamentar após 30 anos no governo.

    Filas se formaram nas cidades de Johanesburgo, Cidade do Cabo e Durban quando a votação começou, por volta das 7h no horário local, com filas também vistas no frio da manhã em localidades nos arredores das cidades e em áreas rurais.

    “Quero ver mudanças na África do Sul”, disse Bongile Mkunqa, 53 anos, um desempregado que foi votar em Langa, o mais antigo bairro negro da Cidade do Cabo.

    “Precisamos conseguir mais empregos. Não estou me sentindo feliz agora porque estou com dificuldades. Faz muito tempo que o ANC está no comando do país, mas a situação não mudou.”

    Os eleitores nas seções eleitorais de todo o país citaram os altos índices de desemprego e criminalidade, os frequentes apagões de energia e a corrupção nas fileiras do ANC como motivos pelos quais votariam nos partidos de oposição, mas outros se mostraram cautelosos com a mudança.

    “Desde que a votação começou (em 1994), tenho votado em apenas um partido, o ANC”, afirmou Charles Louw, 62 anos, um aposentado que estava votando em Alexandra, um município extenso a leste de Johanesburgo.

    Ele disse que não confia nas promessas feitas pelos partidos de oposição para criar empregos, acabar com os cortes de energia ou reprimir o crime.

    “O ANC tem tentado fazer isso, eles estão lá, têm experiência, sabem como acomodar tudo. Mas os novos partidos, por onde começarão?”, disse ele.

    Então liderado por Nelson Mandela, o ANC chegou ao poder na primeira eleição multirracial da África do Sul em 1994 e, desde então, tem conquistado a maioria nas eleições nacionais realizadas a cada cinco anos, embora sua participação nos votos tenha diminuído gradualmente.

    Se não chegar a 50% desta vez, o ANC terá que fazer um acordo com um ou mais partidos menores para governar – águas desconhecidas e potencialmente turbulentas para uma jovem democracia que até agora tem sido dominada por um único partido.

    O ANC ainda está em vias de ganhar a maior parte dos votos, o que significa que seu líder, o presidente Cyril Ramaphosa, provavelmente permanecerá no cargo, a menos que enfrente um desafio interno se o desempenho do partido for pior do que o esperado.

    Mais de 27 milhões de sul-africanos estão registrados para votar em mais de 23.000 seções eleitorais localizadas em escolas, centros esportivos e até mesmo em uma funerária em Pretória. A votação continua até 21h no horário local (16h no horário de Brasília).