Suécia e Finlândia devem assinar protocolo de entrada na Otan nesta terça (5)
Negociações foram encerradas na segunda-feira (4) com a confirmação formal do interesse das nações de se juntarem ao grupo; adesão fortalece o flanco leste do bloco meses após a invasão da Ucrânia
A Suécia e a Finlândia devem assinar nesta terça-feira (5) os protocolos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O ato deve acontecer na sede do colegiado, em Bruxelas, na Bélgica.
Durante a Cúpula da Otan, em Madri, na semana passada, a Turquia concordou com a entrada dos países na aliança. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusava a Suécia e Finlândia de abrigar “organizações terroristas” curdas.
Sem o veto turco à adesão dos novos candidatos, as negociações avançaram, sendo encerradas nesta segunda-feira (4) com a confirmação formal do interesse das nações de se juntarem ao grupo.
“Ambos os países confirmaram formalmente a sua vontade e capacidade de cumprir as obrigações e compromissos políticos, legais e militares da adesão à Otan”, diz nota da organização.
As conversações por parte da Finlândia foram conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores, Pekka Haavisto, e pelo ministro da Defesa, Antti Kaikkonen, enquanto a delegação sueca foi liderada pela ministra das Relações Exteriores, Ann Linde.
As reuniões da segunda-feira foram presididas pela secretária-geral adjunta da Otan para Assuntos Políticos e Política de Segurança, Bettina Cadenbach.
Próximos passos
Com a conclusão das negociações, os protocolos devem ser assinados nesta terça-feira.
Após a formalidade, os documentos seguirão para ratificação de cada dos 30 estados-membros da Otan.
Depois, cada país candidato será formalmente convidado a aderir ao Tratado de Washington, documento fundador da aliança.
O processo geralmente leva cerca de um ano, desde a assinatura do protocolo de adesão pelos membros existentes, mas, como a guerra na Ucrânia acrescentou urgência sem precedentes, o cronograma pode ser acelerado.
Portas abertas
A Otan tem uma política de “portas abertas” e qualquer país pode ser convidado a participar se manifestar interesse, desde que seja capaz e esteja disposto a defender os princípios do tratado fundador do bloco.
A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, afirmou na segunda, em entrevista coletiva conjunta com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev, que seu país respeitará a política.
“O que posso dizer é que, quando nos tornarmos membros, apoiaremos a política de portas abertas da Otan”, disse Andersson.
A adesão da Suécia e da Finlândia indica um passo importante para firmar a posição da Otan, fortalecendo o flanco leste do bloco meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Ambos os países mantêm o status neutro há anos, porém o apoio à adesão à Otan dentro dos países aumentou desde o início do confronto.
Andersson também disse que a Suécia continua “aberta a novas sanções” contra a Rússia.
“Acho que há opiniões diferentes dentro da União Europeia sobre esse ser o caminho certo agora”, ponderou Andersson, mas acrescentou: “Estamos abertos para isso”.
(Com informações de Júlia Vieira, Rob Iddiols, Rob Picheta e Joshua Berlinger da CNN)