Submersível usado em exploração ao Titanic não é para turismo, diz especialista à CNN

Segundo Gerardo Portela, há chances de os tripulantes serem encontrados com vida
Da CNN
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O doutor em Gerenciamento de Riscos e Segurança da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Gerardo Portela disse, nesta terça-feira (20), que o submersível usado na exploração turística do Titanic no  domingo (18) não seria para essa finalidade e que o equipamento é recomendado para "explorações técnicas".

"O submersível usado tem capacidade de ir até quatro quilômetros de profundidade, e os destroços do Titanic estão a 3.500 metros. Ou seja, teoricamente ele teria condições, mas o equipamento não é de uso geral ou para uso turístico. Nessa profundidade, a questão da pressão é muito crítica, precisa ser tudo muito bem encapsulado, então é uma questão delicada", disse.

Veja a entrevista na íntegra no vídeo acima.

Submersível x submarino

Um submersível, como o desaparecido, é um tipo de embarcação — mas tem algumas diferenças importantes em relação ao submarino mais conhecido.

Ao contrário dos submarinos, um submersível precisa de uma nave-mãe para lançá-lo.

O navio de apoio do Titan era o Polar Prince, um antigo navio quebra-gelo da Guarda Costeira canadense, segundo o co-proprietário do navio, Horizon Maritime.

Um submarino também pode ficar debaixo d’água por muito mais tempo, enquanto os submersíveis têm muito menos reservas de energia, conforme a OceanGate, empresa que opera a expedição Titan, em uma página vista pela CNN que não está mais disponível.

O Titan tem 96 horas de suporte de vida, e seus mergulhos até os destroços do Titanic geralmente duram de 10 a 11 horas, segundo o site — em comparação com submarinos que podem ficar debaixo d’água por meses.

Entenda o caso

A Guarda Costeira dos EUA lançou uma operação de busca e salvamento, na segunda-feira (19), para um submersível que desapareceu com cinco pessoas a bordo em uma expedição aos destroços do Titanic.

As autoridades receberam um telefonema no domingo informando que o navio de pesquisa canadense Polar Prince havia perdido contato com o navio submersível e estava atrasado na verificação de suas comunicações, segundo a porta-voz da Guarda Costeira, tenente Samantha Corcoran.

O submersível desaparecido perdeu contato 1 hora e 45 minutos após a descida, disse a Guarda Costeira.

(Publicado por Marcello Sapio)