Solução para os conflitos de Israel é política, mas governo precisa querer, diz professor ao WW
Augusto Teixeira destaca que governo israelense precisa buscar resolução diplomática, não armamentista, para os conflitos no Oriente Médio
O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba Augusto Teixeira afirmou em entrevista ao WW desta segunda-feira (21) que a solução para os conflitos envolvendo Israel no Oriente Médio é essencialmente política, não armamentista. No entanto, ele ressalta que o governo local precisa demonstrar vontade de resolver a situação.
Teixeira analisou os objetivos políticos israelenses no momento atual, destacando que eles parecem estar mais focados na sustentação do atual governo e na agenda política dos ministros da extrema-direita israelense.
Segundo o especialista, a narrativa de ameaça existencial a Israel e o curso da guerra em suas múltiplas frentes não contribuem para uma vitória israelense no longo prazo.
Parâmetros de sucesso limitados
O professor argumenta que os parâmetros de sucesso estabelecidos por Israel são essencialmente táticos ou operacionais, e não estratégicos.
Ele enfatiza que a solução política, que deveria estar em pauta, não está sendo considerada.
Teixeira levanta questões cruciais sobre as relações diplomáticas de Israel: “Como fica a relação entre Israel e o governo libanês num contexto de incapacidade de barganha e negociação em relação à tentativa de bloqueio na fronteira norte de Israel? Como fica a relação entre Israel e a Síria com o governo Bashar al-Assad num contexto em que bloquear a ajuda iraniana para as milícias islamitas naquela região se faz fundamental?”
O especialista conclui afirmando que a solução é “essencialmente política”. Contudo, lamenta que a política não esteja sendo utilizada na construção de uma solução para Israel, o que considera uma situação infeliz para o país e a região.