Soldados russos já ocupam Bakhmut em substituição ao Grupo Wagner
Informação foi confirmada tanto por integrantes do grupo militar quanto pelas autoridades ucranianas; ucranianos seguem afirmando que ocupam parte da cidade
A Rússia tem substituído unidades militares privadas do grupo mercenário Wagner por tropas regulares nos arredores de Bakhmut. As informações são da vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, nesta quinta-feira (25).
Seus comentários parecem confirmar, ao menos parcialmente, um anúncio do fundador do Wagner, Yevgeny Prigozhin, de que seu grupo havia começado a retirar suas forças de Bakhmut, no leste da Ucrânia, e entregar suas posições às tropas regulares russas.
“Nos arredores de Bakhmut, o inimigo substituiu as unidades do Wagner por forças regulares do Exército. Dentro da própria cidade, os combatentes do Wagner permanecem”, escreveu Maliar em comentários no aplicativo Telegram.
Prigozhin disse em um vídeo que a retirada de suas unidades havia começado nesta quinta-feira e que a entrega das posições continuaria até 1º de junho.
Serhiy Cherevatyi, porta-voz do comando militar do leste da Ucrânia, afirmou que o número de ataques russos na área caiu nos últimos três dias e que houve dois confrontos militares nas últimas 24 horas, embora os bombardeios continuem.
“Podemos definitivamente notar uma redução nos ataques e possivelmente isso está ligado ao reagrupamento. É claro que infligimos pesadas perdas e eles precisam disso (se reagrupar)”, disse ele.
Segundo Maliar, a Rússia também está reforçando suas posições nos flancos de Bakhmut e bombardeando as forças ucranianas para tentar impedir os avanços ucranianos ao norte e ao sul da cidade.
Prigozhin anunciou a captura de Bakhmut na semana passada, após a mais longa e sangrenta batalha da guerra.
Nova revolução
Apesar da troca de forças, as tropas russas não estariam livres de perder territórios em Bakhmut novamente. Prigozhin disse em entrevista a Konstantin Dolgov, um blogueiro pró-Rússia, que as tropas de Moscou não estão preparadas para resistir às forças leais a Kiev mesmo quando entram em território russo. Segundo ele, uma nova “revolução” pode abalar a Rússia se seu esforço de guerra na Ucrânia continuar. A avaliação expõe ainda mais as divisões na hierarquia militar do presidente russo Vladimir Putin.
(Publicado por Fábio Mendes, com informações da Reuters)
