Sobreviventes de Chernobyl alertam sobre riscos “horríveis” na maior usina da Europa
Central de Zaporizhzia foi capturada pela Rússia em 2022
Funcionários da usina nuclear de Chernobyl que sobreviveram ao acidente histórico e parentes dos que morreram homenagearam as vítimas nesta sexta-feira (26), dia que marca o 38º aniversário do pior desastre nuclear da história.
Os trabalhadores, que estiveram envolvidos na operação após o acidente, disseram à Reuters que a central nuclear de Zaporizhzhia, localizada em território ocupado pelas forças russas na Ucrânia, apresenta riscos tão graves quanto o desastre de Chernobyl.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aleta há muito tempo para os riscos de um acidente em Zaporizhzhia, a maior central nuclear da Europa, e apela ao fim dos combates na área. Essa usina fica a 500 km do local do desastre de Chernobyl.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, diz que travar uma guerra em torno de uma usina nuclear colocou a segurança em “perigo constante”.
As forças russas assumiram o controle da planta no início de março de 2022, semanas depois de invadirem a Ucrânia. Unidades militares russas especiais protegem as instalações, e uma unidade da empresa nuclear estatal russa, a Rosatom, administra a usina.
O acidente de Chernobyl espalhou elementos radioativos por partes do norte da Ucrânia, Belarus, Rússia, norte e centro da Europa.
Quase 8,4 milhões de pessoas em Belarus, Rússia e Ucrânia foram expostas à radiação, segundo a ONU. Cerca de 50 mortes são diretamente atribuídas ao próprio desastre.