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    Sobe para 20 o número de mortos em explosão de carro-bomba na Síria

    É o segundo ataque no mesmo local em três dias e o pior no país desde que Bashar al-Assad foi derrubado em dezembro

    Reim Nahabooda Reuters

    Um carro-bomba matou pelo menos 20 pessoas na cidade de Manbij, no norte da Síria, nesta segunda-feira (3), disse o gabinete da Presidência da Síria.

    O vídeo divulgado pelos Capacetes Brancos mostrou ambulâncias e serviços de emergência correndo para o local.

    Este é o segundo ataque no local em três dias e o mais mortal na Síria desde que Bashar al-Assad foi derrubado do poder em dezembro.

    O novo governo sírio responsabilizará os perpetradores pelo “ataque terrorista”, acrescentou o gabinete da presidência do país.

    Não houve reivindicações imediatas de responsabilidade pelo ataque em Manbij, localizado a cerca de 30 km da fronteira turca.

    As Forças Democráticas Sírias (SDF na sigla em inglês) lideradas pelos curdos condenaram o carro-bomba, acusando facções apoiadas pela Turquia de usar tais bombardeios e violência para intimidar moradores locais.

    As vítimas eram trabalhadores agrícolas e o número de mortos provavelmente aumentaria, afirmou um oficial da defesa civil à Reuters.

    Manbij mudou de mãos inúmeras vezes durante a guerra civil de 13 anos da Síria, mais recentemente em dezembro, quando grupos apoiados pela Turquia a capturaram da SDF apoiada pelos EUA, liderada pela milícia curda YPG.

    A SDF havia tomado a cidade dos militantes do Estado Islâmico em 2016.

    No sábado (1º de fevereiro), um carro-bomba em Manbij matou quatro civis e feriu outros nove, incluindo crianças, informou a agência de notícias estatal síria SANA.

    Assad foi deposto do poder em 8 de dezembro após uma ofensiva relâmpago do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), cujo líder, Ahmed al-Sharaa, foi declarado presidente de transição da Síria na semana passada.

    Entenda o conflito na Síria

    O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

    O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

    A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

    O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

    Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

    Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

    A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

    Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

    Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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