Sob críticas, governo britânico torna obrigatório o uso de máscaras em Londres
Crianças de até onze anos e pessoas com problemas de saúde que impeçam a utilização estão isentas
O comércio não-essencial foi autorizado a reabrir na Inglaterra em 15 de junho. E só agora, mais de um mês depois, o governo decidiu tornar o uso de proteção facial obrigatório em locais públicos fechado, como lojas, supermercados, correios, agências bancárias, entre outros.
Com a medida, a polícia de Londres terá poder para impedir a entrada de pessoas sem cobrir o rosto nos estabelecimentos e até mandar sair alguém que não esteja cumprindo a regra.
A decisão fez com que cada um se adaptasse à sua maneira. Na porta das lojas, os clientes já sabem como agir: param e colocam máscara antes de entrar.
Para quem é pego desprevenido, a Selfridges, uma das lojas de departamento mais tradicionais de Londres, resolveu distribuir máscaras logo na entrada.
Foi uma mudança de postura significativa do governo britânico, que vem sendo acusado de não ter levado a doença a sério.
Numa entrevista à imprensa local, o primeiro ministro Boris Johnson admitiu que poderia ter agido de maneira diferente, e que as autoridades britânicas não compreenderam muito bem o Novo Coronavirus nos primeiros meses da pandemia.
Integrantes do governo declararam repetidas vezes que não havia nada que comprovasse a eficiência de máscaras para barrar a transmissão do vírus. O governo constantemente batia na tecla de que as decisões eram baseadas em evidências científicas.
No fim de abril, a Associação de Medicos do Reino Unido pediu que o governo considerasse implementar o uso de máscaras em locais públicos.
Até que, no dia 5 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua orientação e passou a recomendar que as máscaras fossem utilizadas em ambientes fechados.
Ainda assim, na Inglaterra, cobrir o nariz e a boca só virou obrigatoriedade no transporte público dez dias depois. E mais 38 dias se passaram até que as pessoas tivessem que usar as máscaras no interior de estabelecimentos comerciais. “Não sei por que o governo demorou tanto para tomar essa atitude”, disse um londrino à nossa reportagem.
A polícia pode aplicar multas de até 100 libras – o equivalente a cerca de 650 reais – a quem se recusar a cobrir o rosto em locais fechados. Crianças de até onze anos e pessoas com problemas de saúde que impeçam a utilização estão isentas.