“Situação impossível”, diz chefe de ajuda da ONU sobre fornecimento de suprimentos em Gaza
Martin Griffiths falou sobre dificuldade dos caminhões para entrar no território em guerra, além da insuficiência de recursos para suprir necessidades básicas dos civis
O chefe de ajuda das Nações Unidas descreveu na quinta-feira (28) as frustrações de levar ajuda até a Faixa Gaza, onde uma grave crise de fome afeta milhões de pessoas enquanto Israel prossegue com a sua ofensiva contra o Hamas.
Numa publicação no X, antigo Twitter, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, disse: “Esta é uma situação impossível para o povo de Gaza e para aqueles que tentam ajudá-los”.
Griffiths citou uma série de desafios, falando em bombardeios constantes, comunicações deficientes, estradas danificadas, comboios disparados, além de atrasos nos postos de controle.
“Você acha que levar ajuda para Gaza é fácil? Pense novamente”, disse ele.
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“Três níveis de inspeções antes mesmo dos caminhões poderem entrar”, acrescentou, citando também “confusão e longas filas” juntamente com uma “lista crescente de artigos rejeitados”.
Um total de 103 caminhões entraram em Gaza vindos do Egito através da passagem de Rafah na quinta-feira, incluindo 80 caminhões de ajuda humanitária e 23 caminhões transportando mercadorias comerciais.
Agências da ONU e organizações humanitárias afirmaram que o número de caminhões que entram no território em guerra é insuficiente para satisfazer as necessidades básicas da popualação. Antes do conflito, a ONU reportava uma entrega média diária de 455 caminhões transportando mercadorias comerciais para Gaza.
Os militares israelenses instaram na quinta-feira mais residentes a evacuar partes do centro de Gaza enquanto suas operações contra o Hamas continuam.
“Uma população traumatizada e exausta amontoada em um pedaço cada vez menor de terra”, disse Griffiths no X. “Os combates devem parar.”