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    Sete a cada dez jornalistas assassinados morreram em zonas de paz, diz relatório

    Informação consta de divulgação da entidade internacional Repórteres Sem Fronteiras

    Daniel Corrá, da CNN, em São Paulo

    Levantamento da organização internacional Repórteres Sem Fronteiras aponta que 68% dos jornalistas assassinados no mundo em 2020 morreram em zonas de paz — e não em meio a guerras ou conflitos armados. 

    Os dados, divulgados nesta terça-feira (29), mostram que 50 jornalistas foram mortos de janeiro a dezembro ao redor do mundo em função do exercício da profissão. 

    De acordo com o levantamento, o país mais perigoso para a profissão é o México, onde foram registrados oito casos de assassinatos a jornalistas no último ano. Em seguida, aparece o Iraque, com seis mortes.

    Segundo o relatório da ONG, não houve registros de mortes no Brasil. 

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    Das vítimas, 49 eram jornalistas locais das regiões onde foram vitimados e um era estrangeiro. Ao todo, 84% das vítimas foram intencionalmente mortas por causa da profissão. Outras 16% foram mortas sem terem sido visadas como tal. 

    “Alguns foram mortos em condições particularmente sórdidas, especialmente no México e na Índia, onde jornalistas foram decapitados, esquartejados ou mortos com facões”, cita um trecho do relatório da Repórteres Sem Fronteiras. 

    O levantamento ainda aponta que os assassinatos visam, em particular, jornalistas que trabalham com assuntos delicados, como investigações à máfias, casos de corrupção local ou desvios de verbas públicas, além de assuntos relacionados a questões ambientais (casos de mineração ilegal e grilagem).

    Prisões

    Ao longo dos últimos dez anos, foram 937 jornalistas mortos, segundo o relatório. Apesar do montante expressivo, houve queda no número de mortes desde 2018, quando foram 87 registros. Já em 2019, foram 53 mortes contabilizadas. 

    No início de dezembro, a organização Repórteres Sem Fronteiras também divulgou que 387 jornalistas foram detidos por cumprir com a missão de informar ao longo de 2020. Houve também aumento nas prisões no início da pandemia. Segundo a RSF, até hoje, ainda estão presos 14 jornalistas, por conexão com sua cobertura da pandemia de Covid-19. 

     

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