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    Sérvia classifica decisão da Austrália de deportar Djokovic como “escandalosa”

    Tenista sérvio teve seu visto cancelado devido à sua decisão de não se imunizar contra a Covid-19

    Ivana SekularacAleksandar VasovicZoran Milosavljevicda Reuters

    A primeira-ministra da Sérvia denunciou neste domingo (16) como “escandalosa” a decisão da Austrália de deportar o astro do tênis Novak Djokovic por sua decisão de não ser vacinar contra a Covid-19, e o presidente sérvio disse que sempre o atleta será bem-vindo em sua terra natal.

    Uma decisão unânime de três juízes rejeitando o recurso de Djokovic contra o cancelamento de seu visto foi um golpe final para as esperanças do tenista de perseguir um recorde de 21 vitórias em Grand Slams no Aberto da Austrália.

    “Acho que a decisão do tribunal é escandalosa… acho inacreditável que tenhamos duas decisões judiciais completamente contraditórias em apenas alguns dias”, disse a primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, a jornalistas em Belgrado, capital da Sérvia.

    “Estou desapontada… acho que isso demonstrou como o Estado de Direito está funcionando, ou melhor, não está funcionando em alguns outros países. De qualquer forma, mal posso esperar para ver Novak Djokovic em nosso próprio país, na Sérvia”.

    O tenista, de 34 anos, voou da Austrália com destino a Dubai na noite de domingo depois de dizer em um breve comunicado que estava extremamente decepcionado com a decisão do tribunal e que a respeitaria.

    Djokovic, o maior tenista masculino do mundo, foi detido pela primeira vez pelas autoridades de imigração australianas em 6 de janeiro, liberado por um tribunal em 10 de janeiro e depois detido novamente no sábado (15), depois que o ministro da Imigração australiano, Alex Hawke, usou seus poderes para cancelar o visto do sérvio.

    O painel de três juízes do Tribunal Federal confirmou a decisão de Hawke, que citou o motivo de que Djokovic poderia postar uma ameaça à ordem pública porque sua presença incentivaria o sentimento anti-vacinação em meio ao pior surto do coronavírus na Austrália.

    O presidente sérvio Aleksandar Vucic disse que conversou com Djokovic após a decisão do tribunal. “Eu disse a ele que ele é sempre bem-vindo na Sérvia”, afirmou a repórteres.

    A Associação Sérvia de Tênis (TSS) disse que a “farsa acabou” e que “a política venceu o esporte” com a decisão de deportar Djokovic, que venceu nove vezes o Aberto da Austrália.

    “Novak Djokovic… teve negada a oportunidade de ganhar o 10º título [na Austrália]. A pressão política levou à revogação de seu visto para satisfazer o ‘interesse público'”, afirmou a TSS em comunicado.

    “Isso levanta a questão se os atletas serão a partir de agora encarcerados como criminosos e deportados quando isso atender aos interesses políticos de indivíduos poderosos”, disse.

    A ministra do Esporte, Vanja Udovicic, ex-jogadora profissional de polo aquático, disse que Djokovic é o melhor tenista de todos os tempos. “Tudo o resto é bobagem e vergonha, absurdo e hipocrisia! Lenda, orgulho da Sérvia, estamos com você”, afirmou.

    Em Belgrado, cidade natal de Djokovic, muitos o apoiam, embora alguns achem que ele deveria ter se vacinado.

    “Acho que a Austrália deveria se envergonhar, e que a decisão não foi justa. Lamento por Novak como tenista e como pessoa”, disse Danilo Mircic, um estudante.

    “Se eu fosse ele, me vacinaria e evitaria problemas no futuro”, disse Aleksandar Janjic, um programador de computador.

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