“Sentimos tremer e voaram pedras e vidros”, diz à CNN testemunha de atentado em Quito
Em entrevista a enviada especial da CNN, trabalhadora de uma farmácia localizada a apenas alguns metros de unidade policial atacada relatou ocorrido
Uma funcionária de uma farmácia localizada a apenas alguns metros de uma Unidade de Polícia Comunitária que sofreu um atentado com bomba em Quito, no Equador, na noite de quarta-feira (10) relatou à CNN o susto e medo após o ataque.
Natali Rodríguez, de 28 anos, contou que a explosão aconteceu por volta de 21h30, no horário local, após um motoqueiro acender um explosivo em frente à unidade de polícia.
“Saí da farmácia, não dei nem dois passos e bum. Foi um enorme susto, porque foi bem forte. Não tinha ninguém aqui, o motoqueiro teve todo tempo do mundo para colocar o explosivo”, disse Rodríguez à CNN.
A farmacêutica destacou ainda que “por sorte, não tinha gente na rua, senão isso teria sido um caos”. Segundo disse, a polícia chegou em 15 minutos à cena do crime.
Moradora da zona sul de Quito, ela contou que pedras e vidros voaram em sua direção.
Crise no Equador
A onda de violência no Equador se intensificou após o líder do grupo criminoso Los Choneros fugir de uma prisão em Guayaquil, no domingo (7). Um dia depois, o presidente Daniel Noboa decretou estado de emergência no país.
Na tarde de terça-feira (9), um grupo de homens encapuzados e armados invadiu as instalações do canal TC Televisión, de Guayaquil.
O crime foi capturado pela transmissão ao vivo, que mostrou funcionários sendo obrigados a se deitarem no chão. Foi possível ouvir tiros e gritos. Em operação para libertar os funcionários, a polícia prendeu 13 pessoas e apreendeu armas e explosivos.
Ainda na noite de terça, o presidente Daniel Noboa decretou a existência de um “conflito armado interno” no país e instituiu que sejam feitas operações pelas forças de segurança para neutralizar os criminosos.
No texto do decreto, o governo também qualifica como “terroristas e atores não estatais beligerantes” 22 grupos do crime organizado.
Segundo o governo do Equador, mais de 170 agentes penitenciários e outros funcionários são mantidos como reféns por detentos em ao menos cinco prisões do país.
Além disso, diversos ataques e explosões foram registrados, e centenas de pessoas foram detidas.