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    Senadora mais antiga dos EUA, Dianne Feinstein morre aos 90 anos

    Após três décadas no Senado, Feinstein morreu na noite de quinta-feira (28) na sua casa em Washington, após meses de problemas de saúde

    Clare ForanPaul LeBlancda CNN

    Dianne Feinstein, cujas três décadas no Senado dos Estados Unidos fizeram dela a senadora mais antiga da história do país, morreu após meses de problemas de saúde, aos 90 anos.

    Feinstein, uma democrata, morreu na noite de quinta-feira (28) na sua casa em Washington, informou seu gabinete em comunicado.

    Sua morte dá ao governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, o poder de nomear um parlamentar para cumprir o resto do mandato de Feinstein, mantendo a maioria democrata na câmara até o início de janeiro de 2025.

    Newsom prometeu publicamente nomear uma mulher negra se Feinstein deixasse seu escritório, e disse ao programa “Meet the Press” da NBC, no início deste mês, que faria uma “nomeação interina” e que não seria nenhum dos candidatos que buscam a vaga nas eleições do próximo ano.

    A morte de Feinstein também ocorre num momento em que o financiamento federal está prestes a expirar e o Congresso se encontra num impasse sobre como evitar uma paralisação do governo, embora os democratas do Senado ainda mantenham a maioria sem ela.

    Feinstein, ex-prefeita de São Francisco, foi uma figura importante na política da Califórnia durante décadas e tornou-se um rosto nacional do Partido Democrata após sua primeira eleição para o Senado dos EUA em 1992.

    Ela quebrou uma série de tetos de vidro ao longo de sua carreira política e a sua influência foi sentida fortemente em alguns dos trabalhos mais importantes do Capitólio na história recente, incluindo a proibição federal de armas de assalto, que caducou em 1994, e o relatório de tortura da CIA de 2014.

    Ela também foi uma força de longa data nos comitês de Inteligência e Judiciário do Senado.

    Nos seus últimos anos, a saúde de Feinstein foi objeto de crescente escrutínio e especulação. A democrata da Califórnia se destacava entre os legisladores idosos cuja decisão de permanecer no cargo atraíram comentários, especialmente numa época de estreitas margens partidárias no Congresso.

    Uma hospitalização por herpes zoster em fevereiro levou a uma ausência prolongada de Feinstein do Senado – gerando reclamações dos democratas, já que o tempo de ausência de Feinstein atrasou a confirmação de nomeados judiciais pelos democratas – e quando ela retornou ao Capitólio três meses depois, foi revelado que ela sofreu múltiplas complicações durante sua recuperação, incluindo síndrome de Ramsay Hunt e encefalite. Uma queda em agosto a mandou brevemente para o hospital de novo.

    Feinstein, que era o membro mais velho do Senado no momento da sua morte, também enfrentou questões sobre seu estado mental e capacidade de liderança. Ela rejeitou as preocupações, dizendo: “A verdadeira questão é se ainda sou uma representante efetiva de 40 milhões de californianos, e os registros mostram que sou”.

    Mas a forte especulação de que Feinstein se aposentaria em vez de buscar a reeleição em 2024 levou vários democratas a anunciarem candidaturas ao seu lugar – mesmo antes de ela divulgar os seus planos. Em fevereiro, ela confirmou que não concorreria à reeleição, dizendo à CNN: “Chegou a hora”.

    Feinstein foi lembrada com carinho por seus colegas nesta sexta-feira.

    A deputada Nancy Pelosi saudou a sua colega californiana como uma “campeã do golden state [estado dourado, apelido dado ao estado da Califórnia]” e o senador democrata Dick Durbin, de Illinois, lembrou-se dela como “uma das grandes”.

    O presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy, também da Califórnia, começou seus comentários aos repórteres na manhã de sexta-feira homenageando Feinstein como alguém que “abriu caminho para as mulheres”.

    De acordo com a tradição do Senado, a mesa de Feinstein foi coberta por um pano preto com um vaso de flores brancas em cima. / Reuters

    Em comentários emocionados no plenário do Senado, o líder da maioria, Chuck Schumer, pediu um momento de silêncio. De acordo com a tradição do Senado, a mesa de Feinstein foi coberta por um pano preto com um vaso de flores brancas em cima.

    “Dianne Feinstein não é como as outras. Ela está em uma classe própria”, disse Schumer, acrescentando mais tarde: “A América é um lugar melhor por causa da senadora Dianne Feinstein”.

    E o presidente Joe Biden, ele próprio colega de longa data de Feinstein há mais de 15 anos, chamou-a de “amiga querida”.

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