Sem explicação, 3 nomes são removidos do relatório dos EUA do caso Khashoggi
Agência de Inteligência dos Estados Unidos removeu um relatório divulgado na sexta-feira e publicou um novo sem os nomes de três suspeitos
Pouco tempo depois da agência de inteligência dos Estados Unidos divulgar o relatório sobre os saudistas que foram responsáveis pela morte de Jamal Khashoggi, o material foi removido do site, sem explicação, e substituído por outra versão que retirou os nomes de três homens idetificados inicialmente como cúmplices.
A mudança silenciosa do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) passou despercebida à medida que crescia o clamor de que o governo Joe Biden não estava punindo o príncipe saudita, apesar do presidente ter responsabilizado Mohammad Bin Salman.
O primeiro link do ODNI saiu do ar. Foi então substituído por uma segunda versão que removeu três dos homens que acabara de anunciar por terem algumo envolvimento. “Participaram, ordenaram ou foram cúmplices ou responsáveis pela morte de Jamal Khashoggi”, dizia.
O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional se recusou a esclarecer por que os nomes estavam originalmente na lista e quais funções, se houver, eles podem ter desempenhado no assassinato de Khashoggi.
“Colocamos um documento revisado no site porque o original continha erroneamente três nomes que não deveriam ter sido incluídos”, disse um porta-voz da ODNI à CNN.
Na sexta-feira (26), um alto funcionário da administração argumentou, antes que a alteração fosse notada, que o relatório não continham novas informações sobre o caso.
“Esta é uma informação conhecida do governo dos Estados Unidos e enviada aos comitês selecionados e membros do Congresso há mais de um ano”, disse o funcionário.
No entanto, três dos nomes que o ODNI havia listado primeiro não haviam sido mencionados anteriormente em relatórios sobre a morte de Khashoggi.
O relatório foi concluido com uma lista de nomes – primeiro 21, depois 18 quando foi revisado – de quem a inteligência dos Estados Unidos tem “alta confiança” de que estavam envolvidas no assassinato, mas não avalia se sabiam que a operação levaria à morte .
O governo saudita respondeu imediatamente ao relatório de sexta-feira e criticou suas conclusões.
“O Reino da Arábia Saudita rejeita completamente a avaliação negativa, falsa e inaceitável do relatório referente à liderança do Reino e observa que o relatório continha informações e conclusões imprecisas”, diz um comunicado.
Biden disse no fim de semana que mais anúncios sobre a Arábia Saudita viriam na segunda-feira (1). A Casa Branca esclareceu seus comentários, dizendo que o Departamento de Estado forneceria mais detalhes sobre os anúncios já feitos.
Biden disse durante a campanha presidencial que faria da Arábia Saudita “o pária que é”.
“A recalibração das relações com a Arábia Saudita começou em 20 de janeiro e está em andamento. O governo tomou uma ampla gama de novas ações na sexta-feira”, disse um funcionário da Casa Branca. “O presidente está se referindo ao fato de que na segunda-feira, o Departamento de Estado fornecerá mais detalhes e desenvolverá esses anúncios, não novos anúncios.”
(Texto traduzido. Clique aqui para ler a versão original em inglês)