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    Segundo a ONU, cerca de 14 mil pessoas foram presas no Irã por protestarem

    Protestos tomam conta do país desde setembro, após uma mulher de 22 anos ser morta pela "polícia da moralidade"

    Alex HardieHande Atay Alamda CNN

    Cerca de 14.000 pessoas foram presas no Irã durante protestos desde setembro, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

    “Nas últimas seis semanas, milhares de homens, mulheres e crianças – segundo alguns relatos, mais de 14.000 pessoas – foram presos, incluindo defensores de direitos humanos, estudantes, advogados, jornalistas e ativistas da sociedade civil”, disse Javaid Rehman, relator especial sobre a Situação dos Direitos Humanos na República Islâmica do Irã na quarta-feira (2).

    A “resposta violenta inabalável das forças de segurança” no país levou à morte de pelo menos 277 pessoas, acrescentou Rehman em um discurso ao Conselho de Segurança da ONU, um número apoiado por relatórios de grupos de direitos humanos.

    A CNN não pode verificar independentemente o número de prisões ou o número de mortos – números precisos são impossíveis para qualquer pessoa fora do governo iraniano confirmar – e diferentes estimativas foram dadas por grupos de oposição, organizações internacionais de direitos humanos e jornalistas locais.

    Rehman também fez referência à decisão do Irã de realizar julgamentos públicos para 1.000 pessoas presas em conexão com os protestos em andamento, observando que algumas das acusações levam à pena de morte.

    A mídia estatal iraniana – porta-voz do governo – informou sobre as cerca de 1.000 pessoas indiciadas na província de Teerã por seu suposto envolvimento em protestos.

    As manifestações foram iniciadas pela morte de Mahsa Amini, uma mulher curdo-iraniana de 22 anos que morreu em meados de setembro depois de ser detida pela polícia moral do país.

    Desde então, protestos em todo o Irã se uniram em torno de uma série de queixas contra o regime.

    Cada vez mais, ativistas e especialistas estão caracterizando os protestos como uma revolta nacional e um dos maiores desafios para o regime iraniano desde sua fundação.

    “Este não é um protesto pela reforma”, disse Roham Alvandi, professor associado de História da London School of Economics, à CNN. “Esta é uma revolta exigindo o fim da República Islâmica. E isso é algo completamente diferente do que vimos antes.”

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