Secretário de Estado diz que EUA podem ter revogado mais de 300 vistos
Estudante turca que manifestou apoio aos palestinos na guerra de Israel em Gaza teve visto retirado


O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse nesta quinta-feira (27) que o Departamento de Estado pode ter revogado mais de 300 vistos. Ele também advertiu que o governo Trump procura todos os dias por “esses lunáticos”. Uma estudante turca foi detida e teve o visto revogado nesta semana.
“Talvez sejam mais de 300 neste momento. Fazemos isso todos os dias. Toda vez que encontro um desses lunáticos, tiro o visto”, disse Rubio em coletiva de imprensa na Guiana.
“Em algum momento, espero que acabem porque já nos livramos de todos eles, mas estamos procurando todos os dias por esses lunáticos que estão destruindo as coisas.”
Os comentários foram feitos em resposta a uma pergunta sobre Rumeysa Ozturk, uma estudante turca detida na quarta-feira (26) em Boston por agentes mascarados e à paisana. Ela havia manifestado apoio aos palestinos na guerra de Israel em Gaza.
O chefe da diplomacia americana confirmou que o Departamento de Estado revogou o visto de Ozturk e disse que Washington vai retirar qualquer visto emitido anteriormente se os estudantes participarem de ações como “vandalizar universidades, assediar estudantes, tomar prédios, criar tumulto”.
Rubio não disse se Ozturk participou dessas atividades.
A prisão da estudante ocorreu um ano depois de ela ter sido coautora de um artigo de opinião no jornal universitário Tufts Daily criticando a resposta da Tufts, sediada em Medford, Massachusetts, aos pedidos dos estudantes para que se desligasse de empresas vinculadas a Israel e “reconhecesse o genocídio palestino”.
Apoiadores de Ozturk dizem que sua detenção é a primeira prisão imigratória conhecida de um estudante da área de Boston envolvido em ativismo realizada pela administração de Trump. O governo deteve ou tentou deter vários estudantes nascidos no exterior que estão legalmente nos EUA e estiveram envolvidos em protestos pró-palestinos.
As ações foram condenadas como um ataque à liberdade de expressão, embora o governo Trump argumente que certos protestos são antissemitas e podem prejudicar a política externa dos EUA.