Secretário de Defesa dos EUA pressiona por cessar-fogo entre Israel e Hezbollah
Lloyd Austin pontuou que solução diplomática ainda é viável
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, defendeu um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou como “incorretos” reportagens de um cessar-fogo iminente no Líbano.
“Deixe-me ser claro: Israel e o Líbano podem escolher um caminho diferente”, pontuou Austin em uma coletiva de imprensa em Londres.
“Apesar da forte escalada dos últimos dias, uma solução diplomática ainda é viável”, comentou.
A fala de Austin foi feita depois dos EUA e aliados terem pedido por um cessar-fogo de 21 dias, e Netanyahu ter dito que Israel continuará lutando “com força total”.
“Uma solução diplomática, não uma solução militar, é a única forma de garantir que os civis desabrigados de ambos os lados da fronteira voltem para casa”, destacou o americano.
O secretário também alertou que “ninguém deveria tentar explorar esta crise ou expandir este conflito” contra as forças dos EUA na região.
“Não se engane, os Estados Unidos continuam posicionados para proteger as nossas forças em todo o Oriente Médio”, declarou.
Ele também disse que um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah daria tempo para continuar trabalhando em um cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza.
O secretário da Defesa britânico, John Healey, e o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, manifestaram o seu apoio à proposta de cessar-fogo de 21 dias.
Healey afirmou que Israel alegou estar “preparado para aceitar” a proposta.
Entenda o conflito entre Israel e Hezbollah
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano nos últimos dias. Na segunda-feira (23), o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais. Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu após um ataque aéreo israelense. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.
Quase toda a população de Gaza foi deslocada em meio à nova ofensiva israelense