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    Sean “Diddy” Combs é acusado de tráfico sexual; cantor se declara inocente

    Rapper foi detido na segunda-feira e pode receber sentença de prisão perpétua

    Da Reuters

    Promotores federais dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira (17) que Sean “Diddy” Combs usou sua fama como um dos maiores nomes do hip-hop para coagir mulheres a se envolverem em atos sexuais como parte de um esquema de tráfico sexual e extorsão.

    Combs, de 54 anos, usou o império empresarial que controlava, incluindo sua gravadora Bad Boy Entertainment, para levar mulheres e profissionais do sexo para participar de performances sexuais gravadas chamadas “Freak Offs”, nas quais o magnata da música assistia e se masturbava, alegaram os promotores.

    O cantor se declarou inocente perante a juíza Robyn Tarnofsky, em Manhattan. Espera-se que ela decida se Combs deve permanecer sob custódia até o julgamento.

    O rapper e produtor pode receber pena mínima obrigatória de 15 anos de prisão e até prisão perpétua se for condenado pelas três acusações: conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para se envolver em prostituição.

    Rapper detido

    Combs foi detido na noite de segunda-feira (16). O escritório de Damian Williams, procurador dos EUA de Manhattan, que apresentou as acusações, disse em um processo judicial que a sentença potencialmente alta poderia incentivar a fuga do rapper, justificando sua detenção.

    Os advogados de defesa estão buscando a libertação do artista mediante fiança de US$ 50 milhões, que seria garantida por sua casa em Miami.

    Entenda a acusação

    Os promotores acusaram Sean Combs de administrar uma empresa criminosa para facilitar a exploração de mulheres.

    A promotora Christy Slavik disse durante a audiência que sua equipe entrevistou 12 testemunhas que viram Combs se envolver em violência contra mulheres ou viram mulheres sofrendo ferimentos por abusos cometidos por ele.

    “O réu Sean Combs abusou física e sexualmente de vítimas por décadas. Ele é extremamente perigoso para a comunidade”, pontuou Slavik.

    De acordo com a acusação, o rapper atraiu mulheres dando a elas drogas como cetamina e ecstasy, apoio financeiro ou promessas de apoio profissional ou um relacionamento romântico.

    Combs então usou gravações secretas dos atos sexuais como “garantia” que elas permaneceriam em silêncio e, às vezes, exibia armas para intimidar vítimas de abuso e testemunhas, afirmaram os promotores.

    Sean Diddy Combs
    Sean Diddy Combs • Reuters

    “As vítimas não acreditavam que poderiam recusar Combs sem arriscar sua segurança ou enfrentar mais abusos”, alegou Williams em uma entrevista coletiva.

    “Este escritório está determinado a investigar e processar qualquer pessoa que se envolva em tráfico sexual, não importa o quão poderosa, rica ou famosa você seja”, adicionou.

    A acusação não especificou quantas mulheres teriam sido vítimas do esquema. Também não continha nenhuma alegação de que o próprio Combs teve relações sexuais indesejadas com mulheres, embora tenha sido acusado de agredi-las com socos, chutes, arremessos de objetos e arrastá-las.

    Também conhecido durante sua carreira como P. Diddy e Puff Daddy, Combs fundou a Bad Boy Records e é creditado por ajudar a transformar rappers e cantores de R&B como Mary J. Blige, Faith Evans, Notorious B.I.G. e Usher em estrelas nas décadas de 1990 e 2000.

    Em novembro passado, Casandra Ventura, ex-namorada do rapper e cantora de R&B conhecida como Cassie, o acusou de abuso físico em série, escravidão sexual e estupro.

    Ela fez um acordo não revelado um dia após o processo. Combs negou suas alegações.

    Defesa nega acusações

    O advogado Marc Agnifilo, que representa Sean Diddy, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário nesta terça-feira (17).

    Entretanto, ele expressou, na segunda-feira (16), decepção com o processo “injusto” contr o cliente, chamando Combs de “uma pessoa imperfeita”, mas “não um criminoso”.

    Rifles e drogas

    Os promotores pontuaram que Combs e seus associados usaram suborno e violência — como incêndio criminoso e sequestro — para tentar manter o caso em segredo.

    As autoridades destacaram que, em março de 2016, em um caso que se assemelha a uma acusação de Cassie, Sean Combs foi flagrado por uma câmera de segurança de hotel atacando e arrastando uma mulher.

    O rapper então ofereceu dinheiro a um segurança do hotel que interveio, segundo os promotores.

    A promotoria também alegou que, em 2011, Combs e outro indivíduo sequestraram uma pessoa com uma arma. Duas semanas depois, outros suspeitos atearam fogo em um carro, e ele mais tarde se gabou de seu papel no incêndio, ainda de acordo com a acusação.

    Os promotores afirmaram que os funcionários do artista ajudaram a reservar quartos de hotel e comprar substâncias controladas e outros itens usados ​​durante o sexo.

    Durante operações nas casas do rapper em Los Angeles e Miami Beach, na Flórida, seis meses atrás, as autoridades encontraram drogas e 1.000 frascos de óleo de bebê e lubrificante, junto com rifles AR-15 com números de série adulterados, destacou a acusação.

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