Saiba quem são os candidatos que disputarão a Presidência da Argentina
Deputado ultradireitista, ministro da Economia aliado de Kirchner e ex-ministra da Segurança apoiada por Macri lideram luta pela cadeira na Casa Rosada
Mais de 34 mil eleitores foram às urnas para as eleições primárias da Argentina no domingo (13), definindo nomes para presidente, vice-presidente, senador e deputado federal que disputarão nas eleições gerais em 22 de outubro.
Ao todo, 27 candidatos à Presidência da Argentina disputaram os votos da prévia – chamada de “Paso”, sigla para Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias –, que contou a participação de 69% dos eleitores, número menor em relação a 2019 – quando a convocação às urnas atingiu 76,4%, de acordo com a Câmara Nacional Eleitoral do país.
Na disputa pela cadeira na Casa Rosada, 5 candidatos concorrem.
- Javier Milei
- Patricia Bullrich
- Sergio Massa
- Juan Schiaretti
- Myrian Bregman
Javier Milei
O candidato de extrema-direita Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, surpreendeu indicadores que apontavam para o enfraquecimento de sua candidatura e foi o vencedor das primárias argentinas com mais de 7 milhões de votos.
Ele precisava de apenas 1,5% dos votos válidos para seguir para o primeiro turno, já que não disputava com nenhum outro candidato do mesmo partido.
Apesar do destaque, o candidato aparecia nas pesquisas de intenção de votos com apenas 20%.
Milei nasceu no bairro portenho de Palermo, em 22 de outubro de 1970. A partir de 2018, a ascensão de Milei surgiu nos principais meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso “liberal libertário”, como costuma chamar.
Suas aparições no rádio e na televisão locais geraram polêmica, seja entre seus colegas economistas, jornalistas ou apresentadores.
Apesar da surpresa, o nome de Milei não passou despercebido na campanha. O economista estourou na mídia com sua “turnê pela liberdade” e se destacou principalmente por sua atuação fora da política: seu desempenho como jogador de futebol e sua passagem pela música com sua banda tributo aos Rolling Stones, são alguns exemplos.
Javier Milei é agora um candidato de direita à Presidência da Argentina. Dentro de seu espaço político La Libertad Avanza, suas principais propostas de campanha são a dolarização da economia argentina em etapas, a redução dos gastos estatais e a privatização de empresas públicas.
Patricia Bullrich
A ex-ministra da Segurança da Argentina Patricia Bullrich venceu o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, nas primárias eleitorais do país no domingo (13), e é quem vai disputar a Presidência, em outubro, pela coligação Juntos por el Cambio.
Em pronunciamento, Bullrich anunciou que Larreta já a telefonou para parabenizá-la pelo resultado, assumindo a derrota: com mais de 4 milhões de votos, Bullrich teve cerca de 1,3 milhão de votos a mais que Larreta.
A pré-candidata nasceu em 1956, em Buenos Aires, em uma tradicional família aristocrática argentina, a Luro Pueyrredón, e rompeu com a posição política radical de sua linhagem já na adolescência.
Filha de Alejandro Bullrich e Julieta Luro Pueyrredón, tem antepassados emblemáticos como Juan Martín de Pueyrredón, diretor supremo das províncias do Rio da Prata, e Honorio Pueyrredón, ministro do governo de Hipólito Yrigoyen, presidente por duas vezes no início do século 20.
“Se não é tudo, não é nada” é o slogan da campanha de Patricia Bullrich.
A presidente do PRO, agora licenciada por causa da campanha, ainda não formalizou qual será o seu plano de governo no caso de chegar à Presidência, mas deu uma série de entrevistas e declarações públicas onde propôs algumas diretrizes.
Sergio Massa
Atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa teve apoio do presidente Alberto Fernández e da vice Cristina Kirchner para concorrer à Presidência.
Disparado em ralação a John Grabois, Massa recebeu mais de 5 milhões de votos, contra pouco mais de 1,3 milhão de Gabrois, pelo Unión por la Patria.
Advogado, Massa nasceu em San Martín, em Buenos Aires, em 28 de abril de 1972.
Massa já disse em entrevista à mídia local que “o problema hoje é que eu tenho os dois chapéus, o da campanha presidencial e o da gestão”. Isso pode ser visto como uma desvantagem ou como uma chance de mostrar com fatos o que virá se ele conseguir a cadeira da Casa Rosada.
O equilíbrio fiscal, o superávit comercial, o câmbio competitivo e o desenvolvimento com inclusão são seus eixos principais, segundo afirmou em um programa de televisão do Canal 5 Argentina (C5N).
“O que está por vir é mais distribuição de renda, mais educação pública, mais investimento em universidades”, prometeu, embora com uma ressalva: “caso eu consiga terminar de estabilizar a economia”.
A questão econômica é seu grande desafio, o equilíbrio entre o que pode fazer hoje para pescar a ilusão do que está por vir.
Juan Schiaretti
Juan Schiaretti é o candidato à Presidência do Hacemos por Nuestro País, coalizão política que une peronismo não kirchnerista, o Partido Socialista, o Partido Democrata Cristão, o Partido Autonomista, entre outros.
Contador público e segundo-tenente do Exército, Schiaretti é filiado ao Partido Justicialista. Em 1975, com o Processo de Reogarnização Nacional – como é chamada a ditadura militar argentina –, ele foi obrigado a mudar-se para o Brasil. Ele morou em Belo Horizonte.
Atualmente, Schiaretti cumpre seu terceiro mandato como governador de Córdoba.
Antes disso, ele foi secretário de Indústria e Comércio da Nação Argentina do presidente Carlos Menem, entre 1991 e 1993. Ainda sob comando de Menem, foi nomeado controlador federal da província de Santiago del Estero.
Em 1999, ele foi ministro de Produção e Finanças da província de Córdoba. Em 2003, foi eleito vice-governador de José Manuel de la Sota. Em 2007, foi eleito governador de Córdoba pela primeira vez – cargo que voltaria a ocupar em 2015 e 2019.
Entre as governanças, ele foi eleito deputado nacional, em 2013.
Myriam Bregman
Myrian Bregman é a candidata da Frente de Izquierda y de Trabajadores – Unidad, coalizão formada por partidos que reivindicam o trotskismo e que defendem um polo de independência de classe.
Bregman é advogada e ativista. Ela foi nomeada para deputada nacional em 2009 e Chefe do Governo da Cidade Buenos Aires em 2011. Em 2015, foi eleita deputada nacional na seção eleitoral.
(Publicado por Gustavo Zanfer, com informações de Gilles Salomone, da CNN Español, e de Manuela Castro)