Saiba quem foram os reis Charles I e Charles II da Inglaterra
Charles III escolheu seu nome como rei após assumir o comando do Reino Unido com a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, nesta quinta-feira (8)
Após a morte da rainha Elizabeth II nesta quinta-feira (8), seu filho primogênito assumiu o trono como “rei Charles III”. Aos 73 anos, ele é o monarca mais velho a ser coroado na história britânica.
Ao se tornar o soberano, Charles tinha a opção de adotar qualquer nome que escolher para seu reinado. Se tornando o “terceiro”, ele agora sucede os reis Charles I e Charles II que vieram antes.
A CNN explica a seguir quem foram eles.
Charles I
O rei Charles I nasceu em Fife, na Escócia, no dia 19 de novembro de 1600. Foi o segundo filho de Jaime VI da Escócia, que a partir de 1603 também passou a ser Jaime I da Inglaterra, e da rainha consorte Ana da Dinamarca.
Ele se tornou herdeiro do trono após a morte de seu irmão, o príncipe Henry, em 1612. Assim, acabou sucedendo o segundo rei Stuart da Grã-Bretanha, em 1625.
Seu reinado foi marcado por fortes disputas e conflitos. As guerras civis começaram a partir 1637 com os escoceses. Em 1641 foi a vez dos irlandeses. Com os ingleses foi entre 1642 e 1646 e, novamente, em 1648.
Os episódios acabaram por dividir a população na época. Os historiadores não chegam a uma conclusão oficial sobre a causa das guerras, mas concordam que o rei não foi um bom governante.
Charles I era uma pessoa reservada, possuía gagueira e era autoritário, acreditando que os reis tinham um “direito divino”. Ainda foi um grande apreciador de artes, gastando muito para trazer artistas como Van Dyck e Rubens para trabalhar na Inglaterra, e engradecendo seu acervo pessoal com pinturas de Rafael e Ticiano. Esses valores aumentaram a dívida da coroa.
O rei ainda era profundamente religioso, sendo favorável que a Igreja Anglicana tivesse muito rituais, contrariando muito de seus súditos, que preferiam coisas mais simples.
Ele se casou com Henrietta Maria da França, que seguia o catolicismo romano, após romper um noivado com uma infanta – filha de rei que não tem direito à coroa – da Espanha.
Herdando de seu pai os conflitos com o parlamento, em 1629 optou por dissolvê-lo e governar sozinho, em um período que ficou conhecido como “tirania dos onze anos”.
A partir de 1637, foi peça-chave de conflitos com a Escócia, depois de tentar impor uma nova liturgia para a igreja local. Em 1640, teve de chamar um novo parlamento. Entretanto, foi questionado sobre os valores gastos em uma eventual guerra e acabou por dissolvê-lo.
Posteriormente, após a invasão de Newcastle, precisou convocar novamente o parlamento, onde ocorreram diversas discordâncias, inclusive com execuções. A revolta irlandesa em 1641 aumentou ainda mais as tensões.
Sem apoio, e com um conflito entre nações em jogo, afim de jogar um grupo contra o outro, se entregou ao exército escocês em 1646, que posteriormente o entregaria ao parlamento inglês em troca de pagamentos em atraso.
Os cidadãos da Escócia não conseguiram o apoio de Charles para instituir o presbiterianismo na Inglaterra.
Ainda tentou fazer negociações, onde propôs aos escoceses o fornecimento de um exército para a imposição de um pacto no país vizinho. Isso levou a uma guerra civil em 1648, onde ele acabou derrotado.
Concluindo que a paz seria impossível enquanto Charles vivesse, o exército decidiu que ele deveria ser julgado e executado. O parlamento da época formou uma Suprema Corte que o acusou, em 20 de janeiro de 1649, de alta traição “contra o reino da Inglaterra”.
Sem reconhecer a legitimidade do tribunal, preferiu não pleitear sua defesa. Em 27 de janeiro foi condenado à morte, sendo decapitado três dias depois. Seu enterro aconteceu em 9 de fevereiro em Windsor, em vez da Abadia de Westminster, para não causar uma desordem pública.
No dia de sua morte foi feita uma lei que proibia a proclamação de outro monarca. Em 7 de fevereiro o cargo de rei foi extinto.
Depois de onze anos de governo parlamentar, seu filho, Charles II, se tornou rei da Inglaterra.
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Charles II
Com as revoluções causadas após a morte de seu pai na Inglaterra, Charles II foi convidado a ir para a Escócia, onde concordou com a exigência dos presbiterianos de assinatura de um pacto nacional.
Em 1650, os ingleses derrotaram os escoceses na batalha de Dunbar, tomaram parte do sul do país e apagaram seus registros públicos de nação.
Em 1651, Charles II foi coroado rei do país, enquanto os conflitos continuavam. Com isso, ele acabou fugindo para a França.
Posteriormente, os ingleses anunciaram que os países seriam apenas um, com a união entrando em vigência a partir de 1652. Mas, a Escócia estava mal representada no parlamento e com uma ruína financeira, que prologaram as divisões.
Após passar nove anos no exílio, Chales II foi convidado para retornar a Londres, em 1660, voltando ao trono que era de seu pai.
Seu reinado foi marcado por conflitos e com suas tentativas de resolver os problemas religiosos.
Sem filhos, os escoceses se alarmaram com a possibilidade de seu irmão Jaime, que era católico, de ser o novo monarca. Charles II morreu em 1685 devido a um derrame.
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